O deputado estadual João Paulo,
ex-PT e hoje no PCdoB, foi à tribuna da Assembleia criticar a proposta de
reforma da previdência.
O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL), transmitido em cadeia
nacional na noite da última quarta-feira (24), foi criticado pelo deputado.
O ex-petista afirmou que a reforma proposta não trará crescimento, geração
de empregos e diminuição das desigualdade, como disse o governante, mas o
efeito contrário.
“A reforma da previdência é, na verdade, uma ameaça ao crescimento, à
redução das desigualdades e à geração de empregos. O verdadeiro rombo nas
contas públicas está no gasto de mais de 40% do orçamento em juros e
amortização da dívida”, afirmou o ex-prefeito do Recife.
“Ao tirar dinheiro dos aposentados, vai-se agravar o desemprego com a
diminuição do consumo. Isso vai promover um verdadeiros caos social,
aprofundando a miséria e a desigualdade”, diz João Paulo, que também planeja
ser candidato a prefeito em 2020, em Recife ou Jaboatão.
De acordo com fontes da área política, sob absoluta reserva, apontam
contradição no discurso do comunista, a partir do contracheque de João Paulo do
mês de março, da sua aposentadoria especial como deputado federal.
Mesmo assumindo o cargo de
deputado estadual no primeiro dia de fevereiro de 2019, segundo estas fontes da
área política, João Paulo acumulou a aposentadoria como deputado federal com o
cargo como deputado estadual.
Documento oficial da Câmara de Deputados, em Brasília, mostra que João
Paulo recebeu em março de 2019 mais de 22 mil reais como aposentadoria de
deputado federal, dois meses após tomar posse em Pernambuco, como deputado
estadual.
Segundo o site oficial da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais
recebem R$ 25.322,25 de remuneração, além de várias vantagens.
“Somando a aposentadoria (federal) com a remuneração (local), João Paulo
recebe 47 mil reais por mês dos cofres públicos, mas é contra a reforma da
previdência”, diz a fonte, sob reserva.
João Paulo receber aposentadoria especial como deputado federal não era
novidade, pois o blog já tinha recebido a informação de uma fonte petista, em
março de 2018.
Na ocasião, se disse até que o “fogo-amigo” petista foi o “estopim” para
João Paulo deixar o PT.
“A novidade é que ele resolveu acumular tudo, ganhando até acima do teto
do STF de 39 mil reais”, dizem as fontes. “No entanto, a acumulação de João
Paulo é constitucional”.
“O artigo 37 parágrafo 10 da Constituição Federal permite acumular
aposentadoria dos cofres públicos com remuneração de mandato eletivo. Mas isso
pode mudar com esta nova PEC da reforma da previdência”, informam as fontes.
Ano passado, a procuradora geral da República, Raquel Dodge, entrou com
uma ação no STF, contra as aposentadorias especiais de parlamentares, como a de
João Paulo. O STF ainda não julgou o pedido.
Por falar no deputado, ele é o entrevistado do programa 20 minutos, desde
fim de semana. Ele fala sobre o rompimento com o PT, o ‘casamento’ com o PSB e
possibilidades de candidaturas próprias do PCdoB nas eleições municipais. (Via: Blog do Jamildo)
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