O Projeto de Lei (PL) que
determina que presos paguem pelo tempo que passam nos presídios do Brasil seria
votado nessa terça-feira (23) no Senado Federal, mas, após um acordo entre os
parlamentares, o texto foi enviado para a análise da Comissão de
Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) da Casa. O colegiado terá que
se manifestar sobre o tema em até 15 dias.
O PL já havia sido aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ), porém o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) requereu um
parecer também da CDH, argumentando que se trata de um tema “sensível” e de
impacto social.
De acordo com o projeto, apresentado em 2015, pelo então senador Waldemir
Moka, a Lei de Execução Penal passaria a considerar obrigatório o
ressarcimento, pelo preso, dos gastos do Estado com a sua permanência no
sistema penitenciário. Isso pode ser cumprido com recursos próprios ou com
trabalho. Atualmente, a lei determina apenas que os detentos podem exercer
trabalho remunerado e que um dos objetivos da remuneração é o ressarcimento ao
Estado.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS)
afirmou que o objetivo do projeto é tornar o ressarcimento independente da
opção pelo trabalho. Segundo ela, isso afetaria principalmente os presos mais
ricos, que seriam compelidos a custear de imediato as suas despesas com os seus
próprios recursos, mesmo que decidissem não trabalhar durante o cumprimento da
pena. “O projeto permite que, quando o crime é cometido por aquele que tem
bens, esse indivíduo contribua imediatamente”, falou a senadora.
Emendas
Tebet é autora de duas emendas que foram incorporadas ao projeto pelo
parecer da CCJ. Uma delas determina que, se o preso tiver condições
financeiras, mas se recusar a pagar ou a trabalhar, ele será inscrito na dívida
ativa da Fazenda Pública. A outra modificação aprovada pela CCJ estabelece que
o preso sem recursos próprios suficientes terá a dívida restante perdoada ao
final do cumprimento da pena. (Via: Agência Senado)
Blog: O Povo com a Notícia