Pernambuco registrou 580
homicídios no primeiro bimestre de 2019. Na comparação com os dados dos dois
primeiros meses de 2018, quando houve 868 Crimes Violentos Letais Intencionais
(CVLIs), o estado teve uma queda de 33,2%. É o que mostra a primeira parcial
deste ano do índice nacional de homicídios criado pelo G1, a partir de números oficiais dos 26
estados e do Distrito Federal.
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma
parceria do G1com o Núcleo de Estudos da
Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. De acordo com
a ferramenta,
no Brasil, houve 6.856 mortes
violentas no primeiro bimestre de 2019, contra 9.094 casos em
2018.
O levantamento só não comporta o
Paraná, cujos dados seguem sendo analisados, segundo o governo estadual. No
ranking nacional, o Ceará teve
a maior redução, com menos 57,9% homicídios no bimestre, seguido pelo Amapá, com baixa de 35,8%.
Comparando os meses de janeiro de
2018 e de 2019, Pernambuco teve, respectivamente, 452 e 305 homicídios, o que
representa uma baixa de 32,5%. No mês de fevereiro, foram 416 casos no ano
passado, contra 275 deste ano. O índice é 33,9% menor em 2019.
A queda no número de homicídios no
estado segue uma tendência nacional de redução
da criminalidade. De acordo com o Monitor da Violência, no
primeiro bimestre de 2019, o Brasil teve uma diminuição de 25% no número de
mortes violentas, em comparação com 2018.
Causas para a
redução
Para o secretário de Defesa Social
de Pernambuco, Antônio de Pádua, o investimento na contratação de pessoal foi o
principal responsável pela redução nos índices de homicídios do estado. Ele
também atribui a queda de números à interiorização das polícias.
"Tivemos novas contratações
que permitiram aumentar a presença da polícia no interior, como, por exemplo, a
criação de cinco novas unidades de polícia científica. Em 2017, contratamos
1.500 policiais militares, além de 400 servidores para a Polícia Científica.
Também tivemos um acréscimo de 800 policiais civis e, em 2018, contratamos mais
1.300 PMs, além de 240 bombeiros", afirma.
Ainda segundo o secretário, o
número de vítimas de tráfico de drogas é bastante expressivo. Ele afirma que
nesses casos o estado tem como agir de forma mais efetiva do que nas mortes
envolvendo brigas em bares e conflitos em comunidades.
"O índice de
crimes ligados ao tráfico varia entre 65% e 75%. Os conflitos na comunidade são
entre 15% e 16%. A maioria das vítimas ligadas ao tráfico é de pessoas jovens e
de 30% a 35% delas já passaram pelo sistema penitenciário", diz Pádua.
Ele também aponta como
foram feitos os investimentos para tentar reduzir esse tipo de criminalidade.
"Criamos nove delegacias de combate ao narcotráfico. Também fizemos dois
novos Batalhões Integrados Especializados em Caruaru [no Agreste] e em Petrolina [no
Sertão]", explica.
"O governo fala de
investimento de forma muito genérica e não tem como saber se isso está dando
resultado. Para que o papel do estado fique mais claro, precisamos, por
exemplo, de dados do Ministério Público e da Justiça, que não têm tradição de
processamento de dados", afirma.
Para José Nóbrega, a
implantação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) seria uma alternativa
para melhorar a qualidade dos dados sobre violência e segurança no país.
"O Susp é importante para o governo tomar
decisões e para quem faz pesquisa ter acesso a microdados com rapidez e eficiência.
A questão temporal é um dos nossos problemas, porque só temos acesso a dados
três anos depois. O ideal é que tivéssemos dados de uma série histórica de, no
mínimo, cinco anos. Assim, poderíamos fazer modelos e interpretações teóricas
que nos permitam, à luz da literatura e das hipóteses possíveis, testar novas
alternativas", diz. (Via: G1 PE)
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