Socialite.activate (elemento, 'Widget');

quinta-feira, 4 de março de 2021

Em resposta ao STF, governo diz que decretos de armas garantem "legítima defesa"

Em resposta ao questionamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou, segundo apurou O Globo, que a "insuficiência do aparelho estatal" para proteger os cidadãos a todo tempo justifica "mecanismos de legítima defesa". A resposta foi em defesa de quatro decretos que flexibilizam o porte e o acesso às armas, baixado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em Fevereiro; a AGU também negou que ato configura uma "vingança privada".  

A AGU enviou respostas quase idênticas às ações apresentadas por PT, PSB, PSOL e Rede. Nelas, rebate a tese de que os decretos teriam como objetivo "entregar ao particular, com exclusividade, a autotutela pela via da 'vingança privada' ou mesmo do exercício arbitrário das próprias razões". Segundo o órgão, "a autodeterminação individual para resistir ao ilícito não foi completamente suprimida com a formação do Estado, sendo legítimo o exercício desta faculdade, ou seja, da legítima defesa para assegurar a inviolabilidade do direito à integridade e à vida".

O executivo federal também afirmou que "nada há de verossímil" na tese de que os decretos possibilitariam a "a formação de milícias armadas com o aval do Estado". A AGU alegou que os associados de entidades de tiros (que são alguns dos principais beneficiados pela medida) não possuem "nenhuma hierarquia ou obediência disciplinar que possa ao menos sugerir alguma semelhança com organizações paramilitares".

O órgão ainda argumentou que "os decretos não visam alterar o marco legal sobre armas de fogo" e apenas "buscam conferir maior segurança jurídica". Para a AGU, não houve uma "facilitação alarmante de aquisição de armas de fogo".

Pacote

Bolsonaro editou, no mês passado, um pacote de quatro decretos sobre armas. Entre as medidas determinadas está a ampliação de quatro para seis no limite de armas que cada cidadão pode ter. Também foram alteradas diversas regras envolvendo o grupo de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs), incluindo o limite de armas que cada pessoa pode comprar.

Na última quarta-feira (3), o GLOBO mostrou que o governo federal ignorou uma nota produzida por técnicos do Estado-Maior do Exército que apontou que uma das medidas poderá fragilizar a segurança pública no Brasil e aumentar a disseminação de armamento no país. Além disso, o executivo federal não ouviu a Polícia Federal (PF) durante a elaboração dos decretos assinados. A PF é o principal órgão do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) e vinha sendo consultada pelo governo em decretos anteriores sobre o tema. (Via: Agência Brasil)

Blog: O Povo com a Notícia