O martelo foi batido e a empresa que importará energia elétrica da Venezuela para o Brasil será a Âmbar. O detalhe é que essa empresa é o 'braço' de energia da J&F Investimentos, empresa de Joesley e Wesley Batista, que também controla a JBS. Essa importação tem a intenção de reforçar o abastecimento do Estado de Roraima.
O interesse da Âmbar surgiu após o decreto do governo Lula (PT). Inclusive, partiu da própria empresa a sugestão de preços cobrados aos consumidores. Os valores a serem cobrados seriam de R$ 900 a R$ 1.080 por MWh (Megawatt-hora) e foram aceitos pela gestão do presidente da República. O detalhe é que esses preços são superiores aos cobrados pela Venezuela entre os anos de 2001 e 2019, quando o ex-presidente Bolsonaro (PL) suspendeu o contrato.
Nesse referido caso, os valores foram estabelecidos para um contrato de 20 anos e com valores em dólar. Nos 10 primeiros anos o valor foi fixado em US$ 20, o que equivale a R$ 98,30 no câmbio atual do Banco Central do Brasil (BCB). Nos 10 anos seguintes o valor aplicado foi de US$ 28, equivalente a R$ 137,62 no câmbio do BCB.
Superfaturamento?
Os valores propostos pela Âmbar, seguindo os custos da última década do acordo entre Brasil e Venezuela espanta. Isso porque no preço mínimo é possível calcular um aumento de aproximadamente 85%. O detalhe é que a exportadora não mudou e seguirá sendo a Hidrelétrica Sumón Bolívar, mais conhecida como Guri.
Outro ponto a se observar é que a hidrelétrica já não tem custos para o país vizinho e tem custo de energia barata. Os consumidores locais pagaram em média US$ 46, o equivalente a R$ 226,09 na cotação atual do BCB. Já para as empresas, o valor ficou em US$ 53, cerca de R$ 260,50 na mesma cotação.
De acordo com especialistas do setor que preferiram não se identificar, os preços praticados pela Guri são compatíveis com a energia fornecida. Os especialistas também indicaram que os preços propostos pela Âmbar seriam equivalentes à uma usina térmica a óleo diesel. As informações são do Jornal Folha de S. Paulo.
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