Um médico de 47 anos foi preso, na quinta-feira (14), suspeito de provocar a morte de 42 pacientes e lesões em outros 114 em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. João Batista do Couto Neto foi detido enquanto atendia em um hospital de Caçapava, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.
A Polícia Civil incidiou o médico na última terça (12) por homicídio doloso em três inquéritos. Na ocasião, a Justiça do RS decretou a prisão preventiva dele. A investigação sobre as outras 39 mortes e 114 lesões está em andamento.
Conforme ex-colegas de trabalho e pacientes, João realizava cirurgias em excesso e procedimentos desnecessários, além de dar diagnóstico falso de câncer raro.
Em dezembro de 2022, o médico foi alvo de uma operação policial, em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão no hospital em que ele trabalhava em Novo Hamburgo e no apartamento em que morava. Na época, a suspeita era que ele estava envolvido na morte de cinco pacientes.
Em nota, a defesa de João Batista do Couto Neto disse que a decisão que determinou a prisão preventiva é uma “antecipação de pena” com o objetivo de constranger o profissional, e que vai apresentar um habeas corpus.
“Com surpresa, a defesa recebeu a notícia da decretação da prisão preventiva do médico João Couto Neto. A decisão não se reveste de qualquer fundamento fático ou jurídico e constitui clara antecipação de pena, com a finalidade de coagir e constranger o médico. Impetraremos ordem de habeas corpus o mais breve possível para fazer cessar a absurda e imotivada prisão”, disse o advogado, em nota.