O Disque Denúncia divulgou, nesta terça-feira (28/10), um cartaz oferecendo recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à captura de Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso, de 55 anos, apontado como chefe do Comando Vermelho (CV). O valor é o maior já oferecido na história do serviço, igualado a recompensa paga no ano 2000 por dados que ajudassem na prisão de Fernandinho Beira-Mar.
A recompensa faz parte de uma megaoperação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), deflagrada nesta terça, para cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes que atuam no Complexo da Penha, uma das principais bases do Comando Vermelho (CV).
A ação contou com apoio do Ministério Público do Rio (MPRJ), da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da CORE/PCERJ e do BOPE/PMERJ.
Quem é Doca
Considerado um dos criminosos mais procurados do Rio, Doca é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e também em comunidades da zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento, algumas delas recentemente retomadas das mãos da milícia.
Ele é investigado por mais de 100 assassinatos, entre eles execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. O nome dele aparece em 329 investigações desde 2003, segundo informações da Polícia Civil.
Em outubro de 2023, Doca foi apontado como o mandante do assassinato de três médicos e da tentativa de homicídio de uma quarta vítima, em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Os profissionais participavam de um congresso de medicina e teriam sido confundidos com milicianos da comunidade de Rio das Pedras.
Até o momento, a PCERJ não confirmou se o paradeiro do traficante foi identificado durante a operação desta terça-feira.
Outros alvos da operação
Além de Doca, o Ministério Público denunciou outros chefes do tráfico com posições de liderança na facção, entre eles Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gardenal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão.
De acordo com a denúncia, esses líderes determinavam regras para o comércio de drogas, organizavam escalas de vigilância nas “bocas de fumo” e ordenavam execuções de quem contrariasse os interesses do grupo criminoso.
Outros 15 denunciados atuavam como gerentes, responsáveis por tarefas como contabilidade e abastecimento, enquanto o restante exercia funções de segurança e monitoramento armado. A denúncia foi recebida pela 42ª Vara Criminal da Capital, que expediu os mandados de prisão.
Expansão da facção
Segundo o Ministério Público, o Complexo da Penha se tornou um ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos. A localização próxima a vias expressas facilita a logística e tem sido usada pela facção para expandir o domínio sobre comunidades da região de Jacarepaguá, na zona oeste.
Com a operação, as forças de segurança buscam enfraquecer o comando do tráfico na Penha e capturar Doca, considerado um dos principais articuladores da expansão do CV no estado.
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