O empresário João Antônio Franciosi, dono do grupo Franciosi, é acusado pela Polícia Federal de pagar R$ 26 milhões para comprar uma decisão judicial do desembargador José James Gomes Pereira, do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI), em um caso sobre disputa de terras.

A PF produziu um relatório, ao qual a coluna Metrópoles teve acesso, que explica o suposto esquema.
No dia 2, João Franciosi foi alvo de uma operação da PF, com mandado de busca e apreensão, por suspeita de fazer parte de um grupo criminoso formado por empresários que praticam grilagem de terras no Piauí, comprando decisões judiciais do tribunal estadual.
Ubiratan Franciosi, sócio de João, e Lia Rachel de Sousa Pereira Santos, advogada e filha do desembargador José James, também estão sendo investigados, junto com outros advogados suspeitos de organizar e intermediar a venda de sentenças no TJPI.
O grupo Franciosi trabalha principalmente com soja e algodão, cultivando na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
A empresa possui 82 mil hectares de terras, o que equivale a metade da área da cidade de São Paulo. Em 2019, a Forbes considerou o grupo uma das 100 maiores empresas do agronegócio no Brasil.
De acordo com a PF, João Franciosi pediu ao advogado Paulo Augusto Ramos dos Santos que negociasse com os advogados Juarez Chaves e Germano Coelho para articular, junto ao desembargador José James e sua filha, Lia Rachel, a compra de uma decisão judicial favorável.
A sentença foi dada no processo de Agravo de Instrumento nº 0750602-73.2023.8.18.0000. Apesar de não ser parte direta do processo, João Franciosi tinha interesse no resultado, segundo as investigações.
Faroeste
O empresário João Antônio Franciosi também é réu na Operação Faroeste, cuja ação tramita no Superior Tribunal de Justiça - STJ, e que apura a compra e venda de sentenças e já afastou do cargo cinco desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Três foram presos.
Em 2022, durante as comemorações do 7 de Setembro, um trator do grupo Franciosi desfilou na Esplanada dos Ministérios em apoio à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O fato foi descoberto e revelado pela Agência Pública.
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