A política do Sertão do Araripe está em fase de redefinição, e Evilásio tem papel central nesse processo. Prefeito de Araripina, ele começou a reposicionar-se fora da órbita do governo Raquel Lyra e cada vez mais próximo da articulação que se forma em torno de João Campos para 2026. A aproximação não é fruto de cálculo isolado. Ela acompanha o movimento do grupo dos Coelho, com quem Evilásio mantém vínculo antigo. Hoje, Miguel Coelho e Fernando Bezerra já estão integrados ao projeto do PSB, com participação direta nas conversas que miram a sucessão estadual. Evilásio segue essa trilha.
O distanciamento de Evilásio em relação ao Palácio se acentuou com a ascensão de Socorro Pimentel à liderança do governo na Assembleia Legislativa. A presença da deputada e o papel influente de Raimundo Pimentel criaram um eixo político que concentra a atenção da governadora na região. Na prática, isso isolou Evilásio e reduziu seu espaço na interlocução com o Estado. A leitura nos bastidores é de que o prefeito de Araripina não viu, até aqui, retorno proporcional ao peso eleitoral que carrega no Sertão.
Essa insatisfação não é nova. Desde o início da atual gestão estadual, houve episódios em que ações do governo priorizaram cidades e aliados ligados ao grupo dos Pimentel. O incômodo se manteve contido, mas perceptível. Sem espaço para crescer dentro da estrutura de Raquel, e com a base estadual do PSB em processo de reorganização, Evilásio passou a ser cortejado por João Campos como nome com densidade no Araripe e capacidade de articulação regional.
A relação entre os dois vem sendo construída de forma reservada, mas constante. Não há anúncio público nem pedido de ingresso formal no grupo. Mas interlocutores de ambos já admitem que há diálogo político estabelecido, com vistas à formação de uma frente ampla que una os quadros da oposição à reeleição de Raquel. João Campos tem procurado ocupar o vácuo deixado pelas lideranças estaduais tradicionais e vê no Sertão um território onde é possível recuperar capital perdido nas urnas.
O movimento de Evilásio é, portanto, estratégico. Ao se afastar do governo e se alinhar com o campo de João, ele não apenas busca retomar protagonismo regional como também antecipa uma disputa que já está em curso, embora fora dos holofotes. A eleição de 2026 será decidida na articulação que começa agora, nos bastidores. E o Sertão do Araripe será parte decisiva dessa equação. (Via: Coluna FalaPE)
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