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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Polícia apura desvio de emendas em PE; empresa recebeu R$ 7 milhões

A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da 43ª Circunscrição Policial de Porto de Galinhas, em parceria com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPPE), cumpre na manhã desta quinta-feira (2/10) sete mandados de prisão e 21 de busca e apreensão durante a Operação Alvitre.

A ação faz parte de uma investigação sobre o repasse de emendas parlamentares a empresas fantasmas com recursos oriundos da Prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife. Também estão sendo realizadas apreensões domiciliares e bloqueios judiciais de ativos.

A operação recebeu o nome de “Alvitre”, em referência à atuação de vereadores que teriam direcionado emendas impositivas a entidades específicas, algumas delas recebendo recursos de diversos parlamentares. Uma das entidades investigadas recebeu, apenas em 2024, mais de R$ 7 milhões.

Entre 2022 e 2024, a Prefeitura de Ipojuca repassou R$ 39,68 milhões via emendas impositivas, com aumento expressivo a cada ano. Em 2023, o repasse foi de R$ 11,7 milhões e, em 2024, de R$ 25,6 milhões. Para 2025, a previsão é de R$ 27 milhões.

Iniciada em outubro de 2024, a investigação abrange os munícipios de Ipojuca, Caruaru, Bezerros, Catende, São José da Coroa Grande e Barreiros.

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Mais detalhes da operação:

A ação investiga um suposto esquema de desvio de verbas públicas em Ipojuca (PE), operado por meio de emendas parlamentares impositivas.

Segundo denúncias divulgadas nas redes sociais por cidadãos e políticos, recursos destinados a projetos municipais teriam sido repassados a associações inexistentes ou sem capacidade técnica para executar as atividades propostas.

Os repasses eram formalizados via Termos de Fomento, conferindo aparente legalidade e dificultando a fiscalização.

A investigação apontou que o grupo criminoso direcionava vultosos recursos públicos a essas entidades, muitas delas “fantasmas”. Diligências de campo confirmaram que algumas associações sequer tinham sede ativa. Em um caso, o endereço de uma entidade era apenas um galpão fechado com placa de aluguel, utilizado como depósito de uma madeireira.

Núcleo de Liderança e Estratégia: idealizava a fraude, selecionava CNPJs e articulava parcerias fraudulentas.

Núcleo Operacional: executava as diretrizes da liderança.

Núcleo de Facilitação: ocultava os verdadeiros beneficiários do esquema.

O grupo utilizava uma rede de associações interligadas para diluir responsabilidades, dificultar o rastreamento dos recursos e ampliar os desvios.

Investigações anteriores indicam que alguns dos investigados já haviam sido condenados por desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha em outros casos, incluindo a Operação Remenda, da Polícia Federal. Apesar disso, o esquema suspeito voltou a ser praticado, evidenciando a repetição da conduta criminosa.

A Polícia Civil e o GAECO seguem com as apurações para desmantelar a rede e responsabilizar todos os envolvidos.