Seis meses após percorrer 6,5 mil km pelos sertões euclidianos para produção da série “Reféns da seca”, de Magno Martins que está virando livro, informa que a barragem de Brotas, em Afogados da Ingazeira, só tem água suficiente para abastecer a cidade e a vizinha Tabira por mais 18 dias.
Estamos diante de mais uma crônica da morte anunciada. Em 38 anos abastecendo os dois municípios ininterruptamente, Brotas esgota suas reservas pela primeira vez, vítima da mais longa estiagem dos últimos 50 anos.
Construído por Eraldo Gueiros e concluído por Moura Cavalcanti, o reservatório, com capacidade para 26 milhões de metros cúbicos, reflete a falência do sistema de um ciclo vicioso, a chamada “indústria da seca”.
Em quase 40 anos nunca a barragem sofreu uma intervenção. Sofre de um assoreamento brutal de mais de 20 anos, mas Governo nenhum cuidou, chegando ao ponto de secar. Por faltas e governadores que o antecederam, não promoveu o desassoreamento. Do importante manancial abandonado pelo poder restou apenas lama.
Cidade polo do Sertão do Pajeú, com 40 mil habitantes, Afogados da Ingazeira passa a conviver com o drama do racionamento de água. O líquido que chegará às torneiras, a partir de agora, provavelmente três vezes por semana, virá de um esquema emergencial de poços artesianos em Carnaíba, o chamado sistema adutor Zé Dantas.
A água chegará à população pelo mesmo sistema de abastecimento de água da Compesa, diferentemente de Tabira, que pagará um preço maior pela falência de Brotas.
Ali, água para necessidades básicas e até para beber será entregue à população por carros pipas. Banhos daqui a 15 dias, portanto, só de cuia. Nunca se viu tamanho descaso!
Não é apenas Tabira que passará a ser abastecida com carros pipas nos próximos dias. Também estão na mesma situação os municípios de Brejinho, Santa Terezinha e Itapetim. São José do Egito só não está na mesma situação por causa da adutora emergencial do Rosário. Com Informações do Blog do Edney
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