O Sindicato dos Policiais Civis
de Pernambuco – SINPOL tomou conhecimento da nota da Secretaria de Defesa
Social em que o Secretário, Alessandro Carvalho, cobra “empenho” às Policias
Civil e Militar na prevenção e repressão aos assaltos a ônibus, depois de mais
uma noite violenta em que bandidos aterrorizaram passageiros na Região
Metropolitana e na Zona da Mata do Estado. Sobre o assunto, manifestamos nossa
mais profunda perplexidade e indignação com as palavras do Secretário, pois se
há algum responsável pelo aumento da criminalidade, não só nos casos de assalto
a ônibus, esse alguém é o próprio Alessandro Carvalho.
Desde que foi efetivado à frente da pasta a insegurança se
alastrou a patamares insustentáveis. Os índices de estupros, roubos e furtos,
tráfico de drogas e homicídios, por exemplo, são alarmantes e se comparam a
números de países em guerra ou estado de exceção. A ineficiência e a má-gestão do
comandante da SDS, que não busca soluções para as claras deficiências
estruturais e prefere “culpabilizar” vítimas, têm sido determinantes para a
construção desse cenário de horror em Pernambuco.
A Polícia Civil, por exemplo, trabalha com um déficit de mais
de 60% em seus quadros, o que faz com que delegacias fechem a noite e em finais
de semana em todo o Estado. Além disso, sequer fornece coletes a prova de balas
e falta até mesmo combustível para a realização das investigações. Inúmeras
delegacias funcionam em casas improvisadas e alugadas por valores acima do
mercado há anos, o que demonstra total falta de planejamento e atenção com os
recursos públicos.
A Diretoria do SINPOL, desde que assumiu há quase 2 anos, vem
alertando e cobrando mais investimentos nas estruturas e aos servidores
Policiais, para que possam dar a mínima segurança que o povo pernambucano
merece. O Governo do Estado, toda via, prefere manter uma pesada e ineficiente
estrutura chamada Secretaria de Defesa Social, que consome um terço dos
investimentos destinados à segurança com burocracia e regalias desnecessárias.
Para o presidente do SINPOL, Áureo Cisneiros, a situação
chegou ao limite. “Não sei o que está havendo para o Governo insistir tanto em
manter Alessandro Carvalho no cargo. O pior é que a conta por essa má gestão da
segurança pública está sendo paga pelo povo, exposto a uma onda de
criminalidade generalizada e crescente. Mas, além disso, é preciso ressaltar
que nós policiais também somos vítimas da incompetência do atual Secretário e
da indiferença do Governador com o tema. Sofremos com a falta de efetivo – que
gera grande sobrecarga física e emocional, trabalhamos em ambientes insalubres
e, a grosso modo, sem equipamentos básicos de trabalho”, declara.
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