O
Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban)
voltam à mesa de negociação nesta terça-feira, às 14h, para tentar chegar a um
acordo que coloque fim à greve dos bancários, que completou 21 dias nesta
segunda-feira. A informação é do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e
Região.
"Na sexta-feira, enviamos
carta à Fenaban reiterando nossa disposição para negociar com os bancos.
Esperamos que eles voltem à mesa de negociação com uma proposta condizente com
seus lucros. Já são 17 dias sem nova proposta e os trabalhadores e a população
não podem ser prejudicados pela ganância dos banqueiros", disse em nota a
presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia
Moreira.
Um balanço feito pelo Sindicato
dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostra que 913 locais de trabalho,
sendo 10 centros administrativos e 903 agências, fecharam nesta segunda-feira.
Estima-se que mais de 32 mil trabalhadores participaram das paralisações.
A data-base dos bancários é 1º
de setembro. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 9 de
agosto e, após cinco rodadas de negociação com a Fenaban, não houve acordo para
o índice de reajuste e demais reivindicações.
No dia 30/8 os bancos
apresentaram proposta com reajuste de 6,5% com R$ 3.000 de abono para os
trabalhadores. A categoria rejeitou a proposta e a greve teve início no dia 6
de setembro. A segunda proposta aconteceu no último dia 9, com reajuste de 7%
(com 2,39% de perda salarial) e abono de R$ 3.300, rejeitada na mesa de
negociação. Nas outras duas reuniões, em 13 e 15 de setembro, não houve mudança
na proposta. O sindicato dos bancários pede 14,78% de reajuste (alta real de
5%, considerando a inflação).
Segundo apurou o
"Broadcast", sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, na
última sexta-feira, do lado dos bancos, não há a expectativa de um impacto do
acordo salarial com a classe que justifique a elevação dos guidances de
despesas para o ano, segundo fontes. Ainda que o aumento fique acima do orçado
pelas instituições, em torno dos 7%, explica um executivo, será compensado com
corte de custos e também de funcionários. "Os bancos estão cada vez mais
eficientes. Se aperta de um lado, sai do outro. Os bancos terão de desligar
mais gente", afirma um executivo.
Além disso, o impacto da
paralisação nos resultados dos bancos é cada vez menor, em meio à migração das
transações bancárias para os canais digitais, como o internet banking e o
mobile banking.
A Federação Brasileira de
Bancos (Febraban) destacou, em nota ao "Broadcast" na sexta-feira que
o uso de canais alternativos às agências bancárias para fazer operações,
especialmente os meios eletrônicos, tem sido eficaz para minimizar os efeitos
da greve. Juntos, internet banking e mobile banking responderam por mais da
metade das transações bancárias (54%). "O internet banking foi o canal
responsável pelo maior número de transações em 2015, com 33% do total, o
equivalente a 17,7 bilhões de operações bancárias. As contas com internet
banking saltaram de 56 milhões em 2014, para 62 milhões no ano passado",
reforça a Febraban.
"A tendência é impactar cada vez menos. Cada vez mais as operações são on-line e digitais", diz um analista de bancos. (Via: Estadão)
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