Ao ser empossado como novo comandante da Polícia Militar de Pernambuco, o
coronel Vanildo Neves de Albuquerque Maranhão Neto, garantiu que 'não vai
faltar policiamento no carnaval', mesmo com a operação-padrão realizada pelas
associações que representam os policiais ainda em andamento. A cerimônia de posse
ocorreu na manhã desta segunda-feira (20), no Quartel do Derby, área central do
Recife. A solenidade contou com a presença do governador do estado, Paulo
Câmara (PSB), que ressaltou que a população pode ficar “tranquila” ao brincar
na festa de Momo.
“A estratégia não vai mudar, já está tudo planejado. O
carnaval vai transcorrer dentro da normalidade no nosso estado. Não vai faltar
policiamento no carnaval de Pernambuco, porque as principais unidades já estão
atreladas a esse planejamento. Inclusive, foram treinadas para o Galo da
Madrugada”, assegurou o novo chefe da PM.
Aos 50 anos de idade, o ex-lider da PM Carlos D'Albuquerque
anunciou que entrará para a reserva. Também com 50 anos, o novo comandante
ingressou na corporação em 1987 e ocupou cargos como os comandados da
Radiopatrulha e da Diretoria Integrada Especializada.
O evento também contou com a
presença do secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, e das tropas. Gioia não
participou da coletiva de imprensa após a posse. Entretanto, durante seu discurso,
agradeceu o trabalho do coronel Carlos D'Albuquerque e mencionou como foram
difíceis os últimos meses em que o então comandante esteve à frente da
corporação.
“Fazemos um juramento que iremos
defender a população e, se precisar, fazer com o sacrifico da nossa própria
vida. Esse juramento deve ser lembrado todos os dias. Os senhores sabem o que a
população espera. Ela precisa de sossego e paz”, falou para as tropas
presentes.
Para o govenador, o novo
comandante da PM já assume com a missão de levar o efetivo para as ruas.
"Só quero dizer a população pernambucana que fique tranquila, porque terá
um carnaval de paz. Pernambuco vai ter o carnaval que sempre teve, um carnaval
de alegria. Junto com as polícias e instituições, nós vamos fazer um grande esforço
para que a população tenha um carnaval tranquilo”, pontuou.
Desafio: No mês de janeiro deste ano,
Pernambuco registrou 479 homicídios, sendo a pior marca do Pacto pela Vida
desde janeiro de 2007, quando o programa entrou em vigor. Ainda de acordo com a
Secretaria de Defesa Social, janeiro de 2017 também terminou com o registro de
148 estupros. Em 2016, foram cinco estupros por dia.
Ao dizer que é preciso resgatar a
liderança, a hierarquia e a disciplina, o novo comandante adiantou que irá
conversar, pessoalmente, com as tropas a partir do mês de março. “Em março, nós
teremos promoções de oficiais e praças. A partir de então, iremos montar uma
nova equipe de comando com 22 coronéis. Iremos, a partir daí, visitar as tropas
e conversar com elas”, finalizou.
Projeto
aprovado x insatisfação da categoria
O projeto que prevê aumentos entre 25% e 40% para policiais e
bombeiros militares de
Pernambuco foi publicado no Diário Oficial da sexta-feira (17), após ser sancionado pelo governador Paulo Câmara.
Foi publicado também o aumento da remuneração dos profissionais através do
Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES).
Além de propor correções nos salários nos meses de maio de
2017 e abril e dezembro de 2018, a lei nivela os salários dos militares com a
Polícia Civil, segundo o governo. O reajuste representa um acréscimo de R$ 303
milhões na folha de pagamento de 2017.
Apesar de o governador alegar que a proposta atende às
reivindicações dos PMs e bombeiros, os profissionais têm demonstrado, por meio
de manifestações, o
descontentamento com o percentual oferecido pelo estado. Atuando em Operação
Padrão desde dezembro de 2016, os profissionais alegam que os valores não
atendem aos anseios da tropa e ainda se queixam de más condições de trabalho.
Durante dois dias de votação na Alepe, os profissionais se reuniram do lado de fora da casa para esperar o desfecho da
votação. Na terça (14), dia da votação em primeiro turno, a categoria recebeu a
notícia da aprovação do projeto aos gritos de “não vai ter Galo”, sinalizando
que a segurança do carnaval de Pernambuco seria comprometida devido aos votos
de 32 deputados estaduais, favoráveis à proposta.
"Ele [governador] aumentou o valor do PJES, mas
aumentou também a carga horária de trabalho. Meu marido sai de casa, trabalha
um dia e no outro dia ele vai para o PJES. Quando é que eu vou ver meu marido?
Quando que meu marido vai ensinar a tarefinha para minha filha? Nunca. A
população tem que saber o que está acontecendo. Está tudo mascarado. O que
estamos passando a população não imagina", comentou Morgana Rocha, do
grupo de mulheres de policiais e bombeiros militares. (Via: G1 PE)
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