De Magno Martins, na sua coluna desta quarta
Num determinado momento da sua
entrevista sobre o maior e mais ousado assalto da história do País a uma
empresa de segurança de valores, ocorrido na madrugada de ontem na Zona Oeste
do Recife, o secretário de Defesa, Ângelo Gioia, disse que seria inócuo trazer
tropas federais para reforçar a segurança do Carnaval, porque eles (os agentes
do Exército) não conhecem os locais onde impera o medo e a bandidagem na Região
Metropolitana.
Vale perguntar ao secretário Gioia se ele também conhece esse
submundo. Evidentemente, não. Importado do Rio de Janeiro, o secretário não
conhece nem os locais nem tampouco a realidade da segurança pública. Nada
contra quem vem de fora ou carregue no sotaque carioca, mas a grande verdade é
que o governador Paulo Câmara cometeu um grande equívoco na escolha. Num
momento em que o Pacto pela Vida está ameaçado, tempo é ouro.
Gioia ainda vai gastar muito tempo para se adaptar aos
costumes e a cultura de um Estado que luta há muito tempo para vencer a
violência e a bandidagem. Quando se importa alguém para chefiar uma área tão
sensível e complicada, a começar de casa, dos comandados, a hostilidade é
exposta de forma numa e crua. Nem que fosse o cão chupando manga, ditado para
carimbar um todo-poderoso adaptado à nossa cultura regional, o carioca
superaria a montanha de dificuldades.
Os próprios escolhidos para auxiliar o secretário não têm
interesse no seu sucesso e conspiram. Não há um mundo mais corporativista do
que o policial. É cobra engolindo cobra! O governador, que já mudou os comandantes
da Policia Militar e Polícia Civil, não pode continuar batendo cabeça. Gioia
não deu certo nem dará. Quando algo nasce para dar certo, se percebe logo na
largada. Não é o caso do secretário de Defesa, no cargo há quatro meses.
Tempo suficiente para ter mostrado que seu trabalho teria
alguma chance de dar certo. Não deu. Com Gioia no comando da segurança pública
no Estado, nos últimos 120 dias a violência tem crescido de forma assustadora,
levando o Estado a liderar o ranking de homicídios e assaltos a bancos no País.
O secretário é fraco. Diante do maior assalto a uma empresa segurança de
valores, ele disse que a sua polícia respondeu à altura. Como, se até agora
ninguém foi preso e nenhum centavo dos R$ 60 milhões roubados foi recuperado?
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