A Assembleia Legislativa de
Pernambuco (Alepe) aprovou, em primeira votação, o reajuste salarial para
policiais e bombeiros militares na tarde desta terça-feira (14). Depois de uma
extensa discussão sobre a legitimidade do projeto proposto pelo governo do
estado, 32 deputados estaduais votaram favoravelmente à proposta. Outros 11
parlamentares, contrários ao projeto, deixaram o plenário no momento da
votação.
A proposta prevê um aumento que varia entre 25% e 40% para
os profissionais e contempla desde os soldados até os coronéis, além de
oferecer 300 novas vagas para subtenentes. As correções salariais devem ser
feitas em maio de 2017 e nos meses de abril e dezembro de 2018. Na quarta (15),
o projeto segue para segunda votação na Alepe e, na quinta (16), para redação
final. Caso seja aprovada, a proposta segue para sanção do governo do estado na
sexta (17).
Integrante do grupo favorável à proposta, o deputado
Isaltino Nascimento (PSB) alegou que o projeto é benéfico para a categoria.
"O custo que o governo está tendo é alto e essa proposta atende às
necessidades dos profissionais", frisou.
O deputado Silvio Costa Filho (PTB) foi um dos deputados
que se retirou da casa. Questionando a legitimidade do projeto, ele alegou que
a proposta deveria ser votada somente após cinco reuniões ordinárias. "A
Assembleia Legislativa de Pernambuco está rasgando o regimento interno ao
colocar esse projeto em votação", pontuou o parlamentar.
Do lado de fora da Alepe,
policiais e bombeiros militares se reuniram para aguardar o término da votação.
Acompanhados por representantes da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco
(ACS-PE), os profissionais garantiram a manutenção da operação-padrão,
deflagrada desde dezembro de 2016.
Gritando frases como "não
vai ter Galo", a categoria sinalizou que a segurança do carnaval pode ser
comprometida devido à aprovação do projeto. "Nenhum dos policiais quer
receber as diárias do carnaval depois desse projeto", pontuou o deputado
Joel da Harpa (PTN).
Apesar do descontentamento com a
aprovação da proposta do governo, o presidente da ACS-PE, Albérisson Carlos,
alegou que a categoria não deseja greve. Ainda assim, ele não descartou a
possibilidade de paralisação. "O governo quer que a categoria perca o
controle, mas estamos fazendo tudo dentro da legalidade. Mesmo assim, seria
leviano falar que não haverá greve de jeito nenhum", pontua.
Críticas ao projeto: Durante a manhã desta terça-feira
(14), em coletiva de imprensa, o presidente da ACS-PE, Albérison Carlos,
destacou que alguns pontos da proposta são rejeitados pelos policiais e
bombeiros militares. É o caso, por exemplo, da inclusão dealgumas gratificações,
como auxílio-transporte e risco de vida, ao salário.
Atualmente, esses valores são
pagos separadamente. Com a mudança, eles passam a serem descontados como o
restante do salário. Como cabo, por exemplo, está na linha de frente, ele ganha
um valor maior do risco de vida do que o pago para o coronel. Com isso, o
reajuste aponta um aumento maior para as patentes mais altas.
"A categoria não iria
rejeitar uma proposta que seria boa para a categoria. O Estado vai provocar um
acréscimo no número da violência em Pernambuco se enfiar essa proposta goela
abaixo na gente", afirmou na ocasião.
Operação-padrão: O movimento dos militares em
Pernambuco começou em 6 de dezembro. As associações orientaram os filiados a
deixar o programa de jornada extra de segurança, que garante mais efetivo nas
ruas. Dois líderes chegaram a ser detidos durante um ato público no Centro.
O governo reagiu. Suspendeu as
férias de todos os PM e policiais civis. Também anunciou punições para quem
havia deixado a jornada extra de segurança, mesmo depois de se comprometer a
participar.
No fim do ano passado, diante da
possibilidade de greve da categoria, o governo do estado solicitou a presença
das Forças Armadas. Um efetivo de 3.500 homens passou a atuar no Grande Recife.
Logo no início de janeiro, a "Operação Leão do Norte" reduziu o
efetivo para 500 pessoas. Dias depois, os militares do Excérito Marinha e
Aeronáutica deixaram o estado. (Via: G1 PE)
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