Nesta quarta-feira dia (08), o Blog O Povo com a Notícia recebeu uma nota do Sindicato dos Bancários de Pernambuco criticando duramente a
Superintendência do Banco do Brasil no Estado.
Para a entidade sindical, a
Superintendência não está realocando funcionários do banco para cargos vagos, o
que gera suspeita de "má vontade", "incompetência" ou até
"indicações políticas" por parte dos gestores do BB no Estado. O
Sindicato também revela que a realocação de funcionários é uma prática
consolidada no banco através do seu setor de Recursos Humanos, mas que muitos
bancários que estão concorrendo a cargos internos não estão tendo resposta do
banco.
Leia abaixo a nota na íntegra:
A malfadada reestruturação do
Banco do Brasil pode significar piora dos serviços aos usuários e superlotação
de agências, mas tem um peso ainda maior na vida dos bancários. O processo já
faz suas vítimas no Estado de Pernambuco.
Centenas de bancários das agências
e postos de atendimento que foram fechados ou remodelados estão encontrando
dificuldade em se realocar com os mesmo vencimentos que tinha em seus antigos
locais de trabalho.
Muitos já se submeteram a receber
salários mais baixos ou trabalhar em locais com prejuízo para sua rotina
pessoal. Pernambuco é um dos Estados onde haveria pouquíssimos problemas ou
dificuldades em realocar as pessoas, o que sugere má vontade ou incompetência
da Superintendência do Banco do Brasil no Estado em tratar do assunto.
Em Pernambuco, 340 bancários
aderiram ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivado (PEAI), deixando
cargos em aberto para ocupação por outros funcionários mediante qualificação
técnica, como seria o esperado. Isso não vem ocorrendo. Os 204 bancários do BB
que perderam seus cargos na reestruturação, em sua maioria, não conseguiram
ocupar vaga semelhante em outras unidades, o que abre a suspeita de que
indicações políticas e/ou interesses pessoais da Superintendência do BB em
Pernambuco tenham se tornado um grande dificultador em uma área que seria
meramente organizada pelo setor de Recursos Humanos do banco.
A assessoria de comunicação do
Sindicato entrevistou três bancários, que falaram sob condição do anonimato.
Uma delas nos contou seu calvário desde que sua agência foi incluída na
reestruturação do BB. Ela explica que, ao perder sua comissão, fez diversas
consultas à página do banco na internet onde são disponibilizadas vagas, assim
como também fez contatos com o setor de Recursos Humanos. Em sua função muitas
vagas foram abertas e ela já participou de vários processos seletivos, sem ter
retorno de nenhum deles. "Nem que sim, nem que não, eles não dizem
nada", criticou.
Outra Bancária está ganhando menos
que sua remuneração anterior. Ela recebe, por quatro meses, a Verba de Caráter
Pessoal (VCP). "Depois que acabar o 'esmolão' (como o VCP é chamado), vou
perder cerca de 40% dos meus rendimentos", diz. Para ela, não seria
preciso, sequer, participar de processo seletivo, já que sua carteira de
clientes na antiga agência estava acima da meta. "Agora que desci de
cargo, posso ter que esperar mais dois anos para ter um 'plus' no
sálário", disse, lembrando que tem diversos certificados que a habilitam
galgar, por sua competência, postos superiores.
No interior do Estado, as
dificuldades de realocar pessoas são maiores, por conta da distância entre as
cidades. Para esses bancários, o descaso está sendo ainda pior e doloroso.
O Sindicato dos Bancários de
Pernambuco repudia esta prática da Superintendência do BB, que prejudicou a
concorrência dos bancários qualificados tecnicamente para ocupar cargos vagos.
O Sindicato vai solicitar apoio à Contraf-CUT para que esta denúncia seja feita
em âmbito nacional, assim como espera que o novo superintendente, além de não
continuar com essa prática absurda, tente corrigir os malfeitos e problemas
causados desde o início da reestruturação do banco.
Blog: O Povo com a Notícia