O pré-candidato do PSL a presidente da República, deputado Jair
Bolsonaro (RJ), disse ao Estado que abrirá mão de gastar os recursos públicos a
que tem direito vindos do novo Fundo Especial de Financiamento de Campanha,
criado na reforma política no ano passado. Ele afirmou que, como votou contra o
chamado “fundão”, dispensará a parcela que receberia por meio do PSL para a
campanha presidencial. Ele calcula a renúncia em cerca de R$ 3 milhões.
“Eu votei contra esse fundo extra, não seria justo pedir”, disse o
deputado. Bolsonaro tenta convencer a bancada federal do partido a não gastar
sua parcela “por coerência”. O PSL deve receber entre R$ 9 milhões e R$ 10
milhões, segundo estimativas de parlamentares do partido.
Segundo Bolsonaro, a maioria dos oito deputados em exercício é contra o
fundo e sinalizou ser favorável à iniciativa. “Da minha parte, da campanha para
presidente, está decidido”, afirmou o pré-candidato. “Conversei com uns seis ou
sete (parlamentares), e eles são favoráveis a não usar.”
Ação: O PSL é autor de ação no Supremo Tribunal Federal para tentar suspender
a lei que criou o fundo eleitoral, alegando sua inconstitucionalidade pela
existência anterior do Fundo Partidário. Ainda não houve decisão. Depois, o
partido consultou a Justiça Eleitoral sobre como seriam divididos os recursos,
se com base na bancada existente até agosto do ano passado, quando o PSL tinha
dois parlamentares apenas, ou se após a janela de migração de março, quando
passou a ter oito deputados.
Apesar disso, o presidente nacional em exercício do PSL, Gustavo
Bebianno, advogado de Bolsonaro, afirmou ao Estado que os parlamentares
deliberaram por não usar os recursos em suas campanhas eleitorais. Segundo ele,
a decisão de renúncia está fechada. “O PSL foi contrário ao fundo eleitoral,
mas ele foi aprovado, então foi feita essa consulta. O que está deliberado é
que não vamos usar esse dinheiro. Os deputados atuais, que migraram para o
partido, nenhum deles vai usar”, disse Bebianno. (Via: Estadão)
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