O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou a ampliação da quebra do sigilo
fiscal do senador Aécio Neves (PSDB-MG), da irmã dele e de empresas
investigadas no inquérito aberto em razão da delação premiada da J&F. A
informação é do G1.
Segundo a publicação, Mello havia inicialmente ordenado a quebra do sigilo
no período de 1º de janeiro de 2014 a 18 de maio de 2017, mas, como a Receita
não entrega dados parciais, o ministro pediu os dados de todo o ano passado.
Segundo denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República ao
Supremo, Aécio pediu e recebeu propina de R$ 2 milhões de Joesley Batista, um
dos donos da empresa JBS. A quantia teria sido solicitada por Andrea Neves,
irmã dele, com o objetivo de pagar um advogado do senador. Mas, para a PGR, o
dinheiro era uma contrapartida por supostos favores prestados pelo parlamentar
ao grupo J&F, controlador da JBS.
Frederico Pacheco, primo de Aécio, e Mendherson Souza, ex-assessor
parlamentar, também foram acusados de terem intermediado o recebimento dos
valores, em quatro parcelas de R$ 500 mil em espécie.
Mello já tinha solicitado, em dezembro do ano passado, a quebra do sigilo
fiscal dos quatro investigados. Na ocasião, as defesas negaram participação
deles em irregularidades.
No mês passado, na mesma investigação, a Primeira Turma do STF aceitou a
denúncia contra o senador e o tornou réu por suposta prática de corrupção
passiva e obstrução de Justiça.
Em nota, a defesa do senador Aécio Neves informou que "é a maior
interessada no esclarecimento de todas as dúvidas, para que seja demonstrada a
total correção de seus atos. O senador tem plena confiança no STF e está
convencido de que o aprofundamento das apurações provará sua inocência. A
questão em análise refere-se a uma ação entre privados, não tendo havido
prejuízo a qualquer órgão público e, portanto, nenhum ato ilícito foi
praticado".
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