Se o Tribunal Superior eleitoral (TSE)
começa a punir autores de fake new em sites como o Facebook, a tarefa será
muito mais difícil no WhatsApp, o aplicativo de troca de mensagens que possui
mais de 60 milhões de contas ativas no Brasil e foi determinante, por exemplo,
na greve dos caminhoneiros. Identificar o autor de uma publicação no WhatsApp é
muito mais difícil — se a linha telefônica não estiver relacionada a um CPF,
chegar ao usuário demandará grande investigação.
Além
disso, uma publicação mentirosa que está sendo muito compartilhada pelo
Facebook some para todos os usuários quando a mensagem original é apagada. Isso
não ocorre nos arquivos distribuídos pelo WhatsApp, que continuam se
espalhando.
— Uma
ordem de proibir que tal conteúdo seja divulgado no WhatsApp é praticamente
inócua. No Facebook ou no Twitter, é como se a publicação estivesse pregada num
mural público. Fica ali exposta, suportada num endereço da internet, uma URL.
Identificada, basta que o autor a apague. No WhatsApp, a comunicação se dá em
grupos fechados, ou entre usuários. É mais difícil rastrear, explica o advogado
Fernando Neisser, autor do livro “Crime e mentira na política”.
— O
WhatsApp é o grande desafio para o TSE nesta eleição. O problema não será o
celular do “seu Zé” compartilhando uma notícia falsa. Já se tem equipamento
onde são instalados dois mil chips de celulares, ligados a bancos de dados de
números de telefone, podendo disparar centenas de milhares de posts por hora
via WhatsApp. O desafio é localizar esses grandes polos.
Blog: O Povo com a Notícia