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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Uma alternativa viável para alimentar o rebanho, o Sorgo Forrageiro é destaque nos municípios de Floresta, Custódia e Serra Talhada


A perda de grande parte do rebanho, vivenciada e sofrida com a longa estiagem, enfrentada a partir de 2012, mostrou a urgência em dar suporte para o agricultor produzir e armazenar forragens para salvaguardar os animais. Para se ter uma ideia do impacto negativo na economia, um estudo da Confederação Nacional dos Municípios estima R$ 104 bilhões de prejuízo para o Nordeste, entre 2012 e 2015, com o pior período de seca, registrado nos últimos 100 anos.

Isso porque além da perda dos animais, a água ficou escassa e as fontes mais longe dos produtores. Sem contar a elevação no preço da ração, que alavancou os custos. A saca de milho, por exemplo, quase triplicou de preço. Para contribuir no soerguimento do rebanho bovino de corte e leiteiro, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) vem apostando no Sorgo Forrageiro, como alternativa de convivência com o Semiárido, no tocante ao enfrentamento da escassez de alimento para o gado.

A saída encontrada pelo IPA foi a distribuindo sementes selecionadas, como política pública, priorizando produtores e associações que apresentavam alguma condição de irrigação. Começamos a trabalhar também com a cultura também nas áreas de sequeiro, utilizando, quando possível, irrigação complementar.

Como estratégia para conscientizar o agricultor de base familiar, quanto à necessidade de adotar a tecnologia, passamos a investir em educação. Para isso, nossa equipe técnica vem realizando palestras, dias de campo e demonstrações, no sentido de viabilizar não apenas o cultivo de sorgo forrageiro, mas a produção de silagem utilizando o sorgo juntamente com o milho, a cana de açúcar , capim elefante as forrageiras.  

Apenas em 2017, foram distribuídos 5500 quilos. Até maio de 2018, o acumulado chega a 3500 quilos. A iniciativa vem beneficiando não apenas os agricultores assistidos pelo IPA, o que proporcionou o surgimento de áreas cultivadas nas mais diversas comunidades, com destaque para os municípios de Custódia, Serra Talhada e Floresta. Com isso, a prática da ensilagem passou a ser mais constante e vem ganhando volume, principalmente com a popularização do armazenamento em sacos. Ao todo, são 763 hectares de plantação de sorgo, sendo 456 hectares em sequeiro e 307 irrigados, cultivados por 1297 famílias, com produção de 5043 toneladas de silagem, por 854 famílias.

Essa ação mudou a expectativa do produtor e a paisagem do nosso estado, que conta agora com áreas ocupadas com a cultura do sorgo, garantindo renda e qualidade de vida para as famílias de agricultores pernambucanos. A beleza das plantações encanta os olhos e acalma o coração de quem vê na terra a certeza do alimento para o rebanho.

Blog: O Povo com a Notícia