A perda de grande parte do rebanho,
vivenciada e sofrida com a longa estiagem, enfrentada a partir de 2012, mostrou
a urgência em dar suporte para o agricultor produzir e armazenar forragens para
salvaguardar os animais. Para se ter uma ideia do impacto negativo na economia,
um estudo da Confederação Nacional dos Municípios estima R$ 104 bilhões de
prejuízo para o Nordeste, entre 2012 e 2015, com o pior período de seca,
registrado nos últimos 100 anos.
Isso
porque além da perda dos animais, a água ficou escassa e as fontes mais longe
dos produtores. Sem contar a elevação no preço da ração, que alavancou os
custos. A saca de milho, por exemplo, quase triplicou de preço. Para contribuir
no soerguimento do rebanho bovino de corte e leiteiro, o Instituto Agronômico
de Pernambuco (IPA) vem apostando no Sorgo Forrageiro, como alternativa de
convivência com o Semiárido, no tocante ao enfrentamento da escassez de
alimento para o gado.
A
saída encontrada pelo IPA foi a distribuindo sementes selecionadas, como
política pública, priorizando produtores e associações que apresentavam alguma
condição de irrigação. Começamos a trabalhar também com a cultura também nas áreas
de sequeiro, utilizando, quando possível, irrigação complementar.
Como
estratégia para conscientizar o agricultor de base familiar, quanto à
necessidade de adotar a tecnologia, passamos a investir em educação. Para isso,
nossa equipe técnica vem realizando palestras, dias de campo e demonstrações,
no sentido de viabilizar não apenas o cultivo de sorgo forrageiro, mas a
produção de silagem utilizando o sorgo juntamente com o milho, a cana de açúcar
, capim elefante as forrageiras.
Apenas
em 2017, foram distribuídos 5500 quilos. Até maio de 2018, o acumulado chega a
3500 quilos. A iniciativa vem beneficiando não apenas os agricultores
assistidos pelo IPA, o que proporcionou o surgimento de áreas cultivadas nas
mais diversas comunidades, com destaque para os municípios de Custódia, Serra
Talhada e Floresta. Com isso, a prática da ensilagem passou a ser mais
constante e vem ganhando volume, principalmente com a popularização do
armazenamento em sacos. Ao todo, são 763 hectares de plantação de sorgo, sendo 456
hectares em sequeiro e 307 irrigados, cultivados por 1297 famílias, com
produção de 5043 toneladas de silagem, por 854 famílias.
Essa
ação mudou a expectativa do produtor e a paisagem do nosso estado, que conta
agora com áreas ocupadas com a cultura do sorgo, garantindo renda e qualidade
de vida para as famílias de agricultores pernambucanos. A beleza das plantações
encanta os olhos e acalma o coração de quem vê na terra a certeza do alimento
para o rebanho.
Blog: O Povo com a Notícia