Não é a primeira vez que os
advogados do ex-presidente Lula entram em discordância. Em mais uma
demonstração da crise da assessoria jurídica petista, o advogado do PT e
ex-ministro Eugênio Aragão explicitou nesta quinta-feira (28) sua discordância
com o Sepúlveda Pertence. Em choque com a equipe, Sepúlveda decidiu se afastar
até conversar pessoalmente com o cliente.
Em meio à tensão, Aragão afirmou que não tem cabimento o pedido
apresentado por Sepúlveda para que Lula cumpra pena em casa. Segundo ele, nada
justifica a detenção do ex-presidente porque o artigo 319, na qual se basearia,
serve para a prisão preventiva, "não para uma inconstitucional antecipação
de pena".
Outro defensor de Lula, Cristiano Zanin desautorizou Sepúlveda,
publicamente, ao negar autoria de pedido de prisão domiciliar para
ex-presidente. Zanin chegou a justificar sua decisão, contrária à de Sepúlveda,
ao comando do PT. Ao participar da reunião petista, por teleconferência, Zanin
afirmou que Lula rechaça a ideia de cumprir pena em casa.
Na opinião de petistas, Sepúlveda não teria apresentado o pedido de prisão
domiciliar sem um sinal de possibilidade de vitória do STF (Supremo Tribunal
Federal). Já a posição de Zanin, apoiada por Lula, está longe de ser consensual
no partido. Petistas alegam que, em casa, Lula poderia receber seus aliados
para comandar a articulação de alianças e a estratégia de campanha. Do cárcere,
se comunica por intermédio de seus advogados, visitantes ocasionais e bilhetes.
Lula pediu para Sepúlveda ir visita-lo em Curitiba.
Blog: O Povo com a Notícia