Uma delação premiada firmada pelo
doleiro Marco Antônio Cursini com a Polícia Federal revela que o
ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, para quem operava, tinha conta
secreta na Suíça.
De acordo com informações do site O Antagonista, a colaboração premiada
foi firmada em 2007 e estava sob sigilo até hoje. Cursini detalhou que o nome
da conta secreta do ex-ministro se chamava Mãe. Quando tomou posse como
ministro da Justiça, Thomaz Bastos resolveu transferir o saldo que havia lá,
cerca de US$ 3 milhões, para uma conta do próprio doleiro, no Corner Bank, em
Lugano.
“À época da transferência, Márcio Thomaz Bastos informou ao declarante que
iria assinar, na condição de ministro de Estado, um acordo de cooperação entre
Brasil e Suíça e que não gostaria de manter qualquer conta de sua titularidade
não declarada naquele país”, diz um trecho do depoimento.
Até 2007, segundo Cursini, o
ex-ministro já havia resgatado US$ 1 milhão, “através de vários resgates
menores, sempre realizados através do funcionário de Márcio chamado Paulo”, que
buscava os valores em seu escritório.
Cursini revelou ainda que, uma única vez, mandou entregar R$ 700 mil
diretamente no escritório de advocacia de Márcio Thomaz Bastos, “o qual já
havia se mudado para a Av. Brigadeiro Faria Lima”.
Ainda segundo o site, quando foi preso pela Operação Kaspar, o doleiro
ainda mantinha sob sua guarda o equivalente a US$ 2 milhões do
ex-ministro. Ele foi preso recentemente pela Lava Jato do Rio na Operação
Câmbio, Desligo, que descobriu a maior rede de lavagem de dinheiro do
país comandada por Dario Messer.
Blog: O Povo com a Notícia