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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Bandidos mortos em Santana do Ipanema tinham vasta ficha criminal

A organização criminosa especializada em arrombamentos a agências bancárias que foi desmembrada durante a operação Cavalo de Tróia na última quinta-feira (08) era formada por três núcleos, segundo a Polícia Civil de Alagoas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (12) junto à ficha criminal preliminar dos 11 assaltantes mortos em confronto com os policiais, na Zona Rural de Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas.

Segundo o organograma divulgado pela Polícia Civil, o grupo criminoso era composto por um núcleo interestadual, um núcleo alagoano e um núcleo pernambucano. Todos os suspeitos mortos na ação policial foram identificados, eram de diferentes estados do Nordeste e tinham passagens pela polícia por roubo a bancos e carros-fortes.

Núcleo Interestadual

O primeiro grupo era formado por quatro suspeitos, sendo dois explosivistas, liderados pelo cearense Manoel Bezerra, vulgo Matuto. Bruno Emanuel, vulgo Bruno de Angelim que era natural do Piauí, Evandro de Paula, vulgo Saulo, que era explosivista e natural do Rio Grande do Norte e por fim o pernambucano Cristiano Rômulo, vulgo Rominho, que também auxiliava Saulo nos explosivos.

Matuto era apontando como o líder do núcleo interestadual pela polícia. Ele havia saído recentemente do presídio de Paulo Afonso na Bahia. Ele tinha várias passagens pela polícia pelos crimes de roubo a banco nos estados do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte.

Bruno de Angelim era apontado como o mais violento do grupo e chegou a ameaçar dois capitães da PM do Piauí, segundo a polícia. Ele foi preso no estado em que nasceu por fornecer armas para quadrilhas de roubo a banco em todo o Nordeste, além de ser o responsável por fazer a contenção e atirar contra as bases policiais das cidades atacadas.

Saulo é considerado pela polícia o principal explosivista do grupo interestadual e um dos mais procurados da região Nordeste. Ele estava foragido de um presídio potiguar desde 2012 e tem várias prisões por roubo a banco na Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Segundo a polícia, ele participou de roubos em praticamente todo Norte/Nordeste e tem envolvimento em explosões de bancos e carros-fortes na Paraíba e Rio Grande do Norte. Em sua última prisão, chegou a trocar tiros com policias militares na cidade de Catolé do Rocha/PB.

Rominho era o segundo responsável pelos explosivos do grupo, segundo a polícia. Ele foi preso em 2017 por integrar uma quadrilha de roubo a banco e a carro-forte em uma operação na cidade de Petrolina/PE. Ele possuía mandado de prisão em aberto no estado de Pernambuco, onde era foragido por romper a tornozeleira elétrica.

Núcleo Alagoano

O grupo responsável por promover o terror nas cidades do interior alagoano, era composto por três alagoanos e um sergipano. Natural de Alagoas, José Lutemberg, vulgo Lutinho ou Doutor, era apontado como o líder da quadrilha pela a polícia. O também alagoano Carlos Alberto, vulgo Coquinho, era o explosivista do grupo. Adeildo de Souza Timóteo, vulgo Del, era de Sergipe e completando o bando, o alagoano Adjane da Silva, vulgo Jânio, que tinha como função planejar as rotas de fuga da quadrilha.

Lutinho, o principal articulador, possuía mandado de prisão em aberto pela participação no recente roubo a um agência do Banco do Brasil, no município de Igreja Nova, em Alagoas. O crime ocorreu no dia 17 de setembro deste ano. Segundo a polícia, ele dava suporte logístico aos grupos dos outros estados, providenciando armas de fogo, carros e esconderijos.

De acordo com a Polícia Civil, Coquinho tem participação em pelo menos 30 ataques a agências bancárias em Alagoas desde 2015, ano em que começou a atuar como explosivista. Assim como Lutinho, ele também possuía mandado de prisão em aberto por participar do arrombamento em Igreja Nova. No início de outubro deste ano, policiais encontraram mais de 25 kg na residência de Coquinho, localizada na Zona Rural de Craíbas, município do Agreste de Alagoas.

Del é velho conhecido e parceiro de Lutinho e Coquinho, segundo a polícia. O trio vinha atuando em ataques a instituições financeiras em Alagoas desde 2015. Eles são responsáveis pela grande maioria dos roubos a bancos no estado. Desde abril de 2017, Del estava cumprindo pena no sistema prisional alagoano. Ele foi solto no último dia 8 de outubro deste ano.

Jâni, que conhecia as rotas do Sertão que interligam Alagoas a outros estados circunvizinhos, era apontado pela polícia como o responsável pela fuga da quadrilha. Atuou tanto em Pernambuco quanto em Alagoas e foi preso em junho de 2016 por porte ilegal de arma de fogo.

Núcleo de Pernambuco

Este grupo era o menor da organização criminosa, pois era composto apenas por três suspeitos, todos pernambucanos, e não tinha líder. O explosivista do grupo era André Luiz, segundo a polícia. Josivan dos Santos, vulgo Vanvan, e o armeiro Adriano Souza, vulgo Junior Preto, completavam a quadrilha em Pernambuco.

André Luiz era procurado pelas forças policiais em todo o Nordeste. Tinha envolvimento como explosivista em diversos ataques em toda a região. Ele foi preso em setembro de 2016 em Pernambuco por roubo a banco.

Vanvan, assim como André Luiz, também era procurado pelas polícias de Alagoas, Pernambuco e Bahia. Para a polícia, ele era responsável pelo fornecimento de explosivos, espoletas e cordel detonante para vários grupos criminosos de assalto a banco no Norte/Nordeste. No núcleo pernambucano, ele era quem fazia a contenção e atirava contra as bases policiais das cidades alvo.

De acordo com a polícia, Junior Preto era o responsável pelo transporte armas entre os estados e também participou do roubo a agência do Banco do Brasil em Igreja Nova, Alagoas. Ele respondia um processo por roubo a banco em Sergipe.


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