A organização criminosa especializada em arrombamentos a agências
bancárias que foi desmembrada durante a operação Cavalo de Tróia na última
quinta-feira (08) era formada por três núcleos, segundo a Polícia Civil de
Alagoas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (12) junto à ficha
criminal preliminar dos 11 assaltantes mortos em confronto com os policiais, na
Zona Rural de Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas.
Segundo o organograma divulgado pela Polícia Civil, o grupo criminoso
era composto por um núcleo interestadual, um núcleo alagoano e um núcleo
pernambucano. Todos os suspeitos mortos na ação policial foram identificados,
eram de diferentes estados do Nordeste e tinham passagens pela polícia por
roubo a bancos e carros-fortes.
Núcleo Interestadual
O primeiro grupo era formado por quatro suspeitos, sendo dois
explosivistas, liderados pelo cearense Manoel Bezerra, vulgo Matuto. Bruno
Emanuel, vulgo Bruno de Angelim que era natural do Piauí, Evandro de Paula,
vulgo Saulo, que era explosivista e natural do Rio Grande do Norte e por fim o
pernambucano Cristiano Rômulo, vulgo Rominho, que também auxiliava Saulo nos
explosivos.
Matuto era apontando como o líder do núcleo interestadual pela polícia.
Ele havia saído recentemente do presídio de Paulo Afonso na Bahia. Ele tinha várias
passagens pela polícia pelos crimes de roubo a banco nos estados do Pará, Ceará
e Rio Grande do Norte.
Bruno de Angelim era apontado como o mais violento do grupo e chegou a
ameaçar dois capitães da PM do Piauí, segundo a polícia. Ele foi preso no estado
em que nasceu por fornecer armas para quadrilhas de roubo a banco em todo o
Nordeste, além de ser o responsável por fazer a contenção e atirar contra as
bases policiais das cidades atacadas.
Saulo é considerado pela polícia o principal explosivista do grupo
interestadual e um dos mais procurados da região Nordeste. Ele estava foragido
de um presídio potiguar desde 2012 e tem várias prisões por roubo a banco na
Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Segundo a polícia, ele participou de
roubos em praticamente todo Norte/Nordeste e tem envolvimento em explosões de
bancos e carros-fortes na Paraíba e Rio Grande do Norte. Em sua última prisão,
chegou a trocar tiros com policias militares na cidade de Catolé do Rocha/PB.
Rominho era o segundo responsável pelos explosivos do grupo, segundo a
polícia. Ele foi preso em 2017 por integrar uma quadrilha de roubo a banco e a
carro-forte em uma operação na cidade de Petrolina/PE. Ele possuía mandado de
prisão em aberto no estado de Pernambuco, onde era foragido por romper a
tornozeleira elétrica.
Núcleo Alagoano
O grupo responsável por promover o terror nas cidades do interior
alagoano, era composto por três alagoanos e um sergipano. Natural de Alagoas,
José Lutemberg, vulgo Lutinho ou Doutor, era apontado como o líder da quadrilha
pela a polícia. O também alagoano Carlos Alberto, vulgo Coquinho, era o
explosivista do grupo. Adeildo de Souza Timóteo, vulgo Del, era de Sergipe e
completando o bando, o alagoano Adjane da Silva, vulgo Jânio, que tinha como
função planejar as rotas de fuga da quadrilha.
Lutinho, o principal articulador, possuía mandado de prisão em aberto
pela participação no recente roubo a um agência do Banco do Brasil, no
município de Igreja Nova, em Alagoas. O crime ocorreu no dia 17 de setembro
deste ano. Segundo a polícia, ele dava suporte logístico aos grupos dos outros
estados, providenciando armas de fogo, carros e esconderijos.
De acordo com a Polícia Civil, Coquinho tem participação em pelo menos
30 ataques a agências bancárias em Alagoas desde 2015, ano em que começou a
atuar como explosivista. Assim como Lutinho, ele também possuía mandado de
prisão em aberto por participar do arrombamento em Igreja Nova. No início de
outubro deste ano, policiais encontraram mais de 25 kg na residência de Coquinho,
localizada na Zona Rural de Craíbas, município do Agreste de Alagoas.
Del é velho conhecido e parceiro de Lutinho e Coquinho, segundo a
polícia. O trio vinha atuando em ataques a instituições financeiras em Alagoas
desde 2015. Eles são responsáveis pela grande maioria dos roubos a bancos no
estado. Desde abril de 2017, Del estava cumprindo pena no sistema prisional
alagoano. Ele foi solto no último dia 8 de outubro deste ano.
Jâni, que conhecia as rotas do Sertão que interligam Alagoas a outros
estados circunvizinhos, era apontado pela polícia como o responsável pela fuga
da quadrilha. Atuou tanto em Pernambuco quanto em Alagoas e foi preso em junho
de 2016 por porte ilegal de arma de fogo.
Núcleo de Pernambuco
Este grupo era o menor da organização criminosa, pois era composto
apenas por três suspeitos, todos pernambucanos, e não tinha líder. O
explosivista do grupo era André Luiz, segundo a polícia. Josivan dos Santos,
vulgo Vanvan, e o armeiro Adriano Souza, vulgo Junior Preto, completavam a
quadrilha em Pernambuco.
André Luiz era procurado pelas forças policiais em todo o Nordeste.
Tinha envolvimento como explosivista em diversos ataques em toda a região. Ele
foi preso em setembro de 2016 em Pernambuco por roubo a banco.
Vanvan, assim como André Luiz, também era procurado pelas polícias de
Alagoas, Pernambuco e Bahia. Para a polícia, ele era responsável pelo
fornecimento de explosivos, espoletas e cordel detonante para vários grupos
criminosos de assalto a banco no Norte/Nordeste. No núcleo pernambucano, ele
era quem fazia a contenção e atirava contra as bases policiais das cidades
alvo.
De acordo com a polícia, Junior Preto era o responsável pelo
transporte armas entre os estados e também participou do roubo a agência do
Banco do Brasil em Igreja Nova, Alagoas. Ele respondia um processo por roubo a
banco em Sergipe.
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