Pernambuco sempre teve uma
tradição de oferecer seus quadros para ocupar pastas importantes na Esplanada
dos Ministérios, tendo uma longa lista de homens públicos forjados no estado
para atuarem como auxiliares dos presidentes. Agamenon Magalhães foi ministro
do Trabalho entre 1934 e 1937 durante o governo Getúlio Vargas, já seu genro
Armando Monteiro Filho ocupou o ministério da Agricultura entre 1961 e 1962
durante o governo João Goulart.
Numa era mais recente, já no governo Sarney, tivemos quatro ministros
importantes, o primeiro foi Marco Maciel que ocoupou a Educação entre 1985 e
1986 e a Casa Civil entre 1986 e 1987, o segundo foi Fernando Lyra que assumiu
o ministério da Justiça entre 1985 e 1986, tendo sido indicado por Tancredo
Neves e mantido por José Sarney e o terceiro foi Joaquim Francisco que ficou
apenas cinco meses de 1987 no ministério do Interior e o quarto foi Marcos
Freire que assumiu o Ministério da Reforma Agrária, tendo falecido no cargo em
acidente aéreo.
No governo Fernando Collor, Ricardo Fiuza chegou a ocupar o ministério da
Ação Social. Já no governo Itamar Franco, Gustavo Krause chegou a ocupar por
menos de dois meses o ministério da Fazenda, sendo o único representante
pernambucano na Esplanada. No governo Fernando Henrique Cardoso, Krause também
foi ministro, desta vez de Meio Ambiente por todo o primeiro governo FHC. Outro
pernambucano na Esplanada durante o governo FHC foi Raul Jungmann que ocupou o
ministério extraordinário de Política Fundiária entre 1996 e 1999, e
posteriormente assumiu Desenvolvimento Agrário entre 1999 e 2002.
No governo Lula, Pernambuco emprestou Humberto Costa que assumiu logo em
2003 o ministério da Saúde, e Eduardo Campos que em 2004 chegou ao ministério
da Ciência e Tecnologia, ficando até julho de 2005. José Múcio Monteiro foi o
terceiro pernambucano na Esplanada durante o governo Lula, ocupando as Relações
Institucionais em novembro de 2007 ficando no cargo até ser indicado para o
Tribunal de Contas da União em 2009.
No governo Dilma Rousseff, Pernambuco teve dois nomes na Esplanada, no primeiro
mandato Fernando Bezerra Coelho assumiu a Integração Nacional entre janeiro de
2011 e outubro de 2013, quando houve o rompimento do PSB com o PT para o
lançamento da pré-candidatura presidencial de Eduardo Campos. Já no
segundo governo, Armando Monteiro Neto ocupou o ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio até o impeachment de Dilma em 2016.
No atual governo Michel Temer, Pernambuco experimentou cinco nomes na
Esplanada, com Mendonça Filho na Educação, Bruno Araújo nas Cidades, Fernando Filho
em Minas e Energia, Roberto Freire na Cultura e Raul Jungmann na Defesa e
depois na Segurança Pública. Ainda tivemos outros nomes como Moura Cavalcanti
no governo Medici, Romero Jucá nos governos Lula e Temer e Cristóvão Buarque no
governo Lula.
Se porventura o presidente eleito Jair Bolsonaro não convocar nenhum
pernambucano nas pastas que ainda faltam ser preenchidas, estará quebrando uma
tradição de mais de três décadas em ter pelo menos um pernambucano na
Esplanada. O resultado não chega a ser em uma surpresa, até porque Bolsonaro no
primeiro turno praticamente não teve apoiadores em Pernambuco, sobretudo entre
os políticos tradicionais. Até recentemente Mozart Neves Ramos foi o
pernambucano que chegou mais perto de ocupar um posto na Esplanada, mas acabou
ficando pelo meio do caminho. (Via: Coluna do Blog Edmar Lyra)
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