Em depoimento à juíza Gabriela
Hardt, sucessora de Sérgio Moro, o ex-executivo da Odebrecht Carlos Paschoal
confirmou que participou de intervenções no sítio de Atibaia para o
ex-presidente Lula. O delator da Operação Lava Jato fez a declaração, nesta
segunda-feira (05), na sede da Justiça Federal em Curitiba.
Paschoal disse que foi procurado pelo empresário Alexandrino Alencar para
ajudar a organizar a reforma no sítio, que seria utilizado pelo então
presidente. Inclusive, afirmou que Alencar havia conversado com Emílio
Odebrecht e este autorizou que ele atendesse esse pedido.
O delator ainda confirmou que Alencar tinha ligação tanto com
ex-presidente Lula quanto com Emílio Odebrecht. “Ele me disse que não sabia ao
certo o que precisava ser feito. Me entregou um papel com um nome e um número
de telefone, que era quem iria me dizer o que deveria ser feito”, acrescentou.
Paschoal encaminhou o caso para o engenheiro da equipe mais qualificado para a
obra e estava avisado que a Odebrecht não poderia aparecer como empresa que
havia executado a obra.
“O engenheiro responsável afirmou que precisaria de pelo menos R$ 500 mil
para fazer a obra e de prazo de pelo menos 30 dias, maior do que eles tinham
pedido. As informações foram repassadas a Alexandrino e as obras foram
autorizadas nessas condições”, descreveu. Paschoal disse não ter certeza de
onde veio o dinheiro para a construção, mas imagina ser de Caixa 2. Depois,
segundo o delator, ainda foi pedido mais R$ 200 mil por adicional de custos e
excesso de chuvas.
Outros 11 réus ainda deverão prestar depoimento à Justiça Federal até o
dia 14 de novembro, quando Lula será ouvido.
Blog: O Povo com a Notícia
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