O presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL), afirmou na manhã desta quarta-feira (7) que não é o momento de
reajustar o salário do Poder Judiciário e que vê a proposta com preocupação.
"Obviamente não é o momento. Nós estamos terminando um ano com
déficit, vamos começar o outro ano com déficit", afirmou ao deixar um
encontro com o comando da Aeronáutica, em Brasília.
"Acho que estamos numa fase onde todo mundo tem ou ninguém tem. Nós
sabemos que o Judiciário é o mais bem aquinhoado entre os Poderes. A gente vê
com preocupação [a proposta de reajuste]", disse.
O jornal Folha de S.Paulo revelou nesta quarta que o presidente do Senado,
Eunício Oliveira, incluiu na pauta da Casa projetos de lei que aumentam o
salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de R$ 33 mil para R$ 39
mil, mesmo valor que seria estabelecido para o cargo de procurador-geral da
República.
A proposta, que já tinha sido aprovada na Câmara dos Deputados, estava
parada na Comissão de Assuntos Econômicos desde 2016. Na noite de terça (6),
Eunício colocou em votação no fim da sessão do plenário um requerimento pedindo
a inclusão dos dois projetos na pauta do Senado ainda nesta quarta. A
iniciativa de Oliveira pegou de surpresa e contrariou vários senadores.
Bolsonaro, que esteve na véspera com o presidente do Senado, disse não ter
sido avisado sobre a inclusão do projeto em pauta. Ele criticou a medida,
dizendo que "todos estão no mesmo barco".
"Eu falei para o Toffoli [Dias Toffoli, presidente do STF] ontem que
existe um Poder só e o que está em jogo é o futuro do Brasil. Estamos aqui em
uma profunda crise ética, moral e econômica. E a responsabilidade tem que ser
dividida por todos", afirmou.
O presidente eleito disse ainda que tem de vir de todos a colaboração para
que o Brasil saia da crise.
"O Poder Judiciário, no meu entender, em um gesto de grandeza, com
toda a certeza não fará tanta pressão assim por esse aumento de despesa agora
no meu entender."
Os reajustes podem levar a um aumento cascata para juízes, procuradores,
promotores e parlamentares de todo o país, no que seria a primeira pauta-bomba
armada para o governo Bolsonaro. (Via: Agência Brasil)
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