A Polícia Federal deflagrou nesta
quinta-feira (08) a Operação Furna da Onça para prender dez deputados estaduais
da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro envolvidos no esquema de corrupção
do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso há quase dois anos.
Sete deles são alvo pela primeira vez das investigações. Os demais são os
deputados afastados Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi, todos do
MDB, presos há quase um ano na Operação Cadeia Velha.
Outros 12 mandados de prisão também são cumpridos. A ordem de prisão foi
emitida pela 1ª Seção Especializada do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª
Região), foro especial de deputados estaduais.
A nova investigação sobre a Alerj tem como uma de suas bases a delação
premiada do economista Carlos Miranda, espécie de gerente da propina arrecadada
por Cabral. Ele era o responsável por administrar todos os recursos ilegais
obtidos pelo emedebista.
São alvos da operação os deputados André Corrêa (DEM), Marcos Abrahão
(Avante), Neskau (PTB), Luiz Martins (PDT), Chiquinho da Mangueira (PSC), todos
reeleitos este ano, além de coronel Jairo (Solidariedade) e Marcelo Simão (PP),
que não conseguiram renovar seus mandatos.
O colaborador do Ministério Público Federal indicou que um grupo de
políticos recebiam dinheiro de Cabral em troca de apoio parlamentar. Arquivos
entregues pelos doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barboza, que
operacionalizavam parte da propina de Cabral, corroboraram as informações do
economista.
Há quase um ano, a Operação Cadeia Velha prendeu a cúpula do MDB na
Assembleia Legislativa. Foram alvos o então presidente da Casa, Jorge Picciani,
o ex-presidente Paulo Mello, e o líder do governo Edson Albertassi. Todos foram
acusados de receber propina de donos de empresas de ônibus.
Os três permanecem presos — Picciani, em domiciliar, em razão de problemas
de saúde.
Os juízes federais do TRF-2 decidiram pelas prisões em sessão secreta no
último dia 25. O procedimento difere da Cadeia Velha, quando o relator do caso
no TRF-2, Abel Gomes, deferiu monocraticamente mandados de busca e apreensão e
intimação dos três deputados. As prisões só foram decididas pelo colegiado após
a deflagração da operação.
O nome da operação, Furna da Onça, faz referência a uma sala nos fundos do
plenário da Alerj onde deputados costumam se reunir reservadamente. (Via: Folhapress)
Blog: O Povo com a Notícia