Apesar do serviço militar ser obrigatório
apenas para homens, o Exército Brasileiro registrou nos dois últimos anos um
grande aumento no número de mulheres interessadas em fazer parte da
instituição. De acordo com as informações disponíveis no Portal de Dados
Abertos, em 2019, houve um crescimento de 331% na quantidade de candidatas em
relação a 2010.
Análise
do (M)Dados mostra, no entanto, que o número de selecionadas caiu pela metade
(47%) no período. Das 1.840 de inscritas no processo seletivo do ano passado,
228 foram convocadas. Há 10 anos, a força chamou 487 das 556 candidatas.
O
movimento de interesse ao longo dos anos coincide com a curva de taxa de
desocupação no mercado de trabalho, medida pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Quanto maior o desemprego no país, mais jovens
do sexo feminino se alistaram. O mesmo não pode ser observado com os homens,
pois eles são obrigados a se apresentar às Forças Armadas.
As
mulheres podem prestar serviço militar de forma voluntária. De acordo com o
portal do Exército, elas ocupam cargos em organizações militares de todo o país
e no exterior. “A maioria encontra-se nos quartéis-generais, organizações
militares de saúde, estabelecimentos de ensino e órgãos de assessoria”.
Igualdade
Segundo
as informações da instituição, desempenham cargos e concorrem às promoções em
condições de igualdade aos oficiais do sexo masculino. “Todas recebem a mesma
instrução militar básica ministrada aos homens.” No entanto, o maior posto
ocupado por uma mulher é o de tenente-coronel. “A grande maioria continua
ocupando, como praça, a graduação de sargento e, como oficial, os postos de
tenente, capitão e major”.
Dentre
as alistadas nos últimos dois anos, 68% concluíram ou estão cursando o ensino
médio e apenas 5% ingressaram no Ensino Superior. Isso porque a média de idade
delas é de 19,5 anos. No entanto, em 2019, cresceu muito a variação de idade,
tendo candidatas de até 44 anos em busca de uma vaga no Exército.
A
maior parte delas são dos estados de São Paulo (455) e Minas Gerais (427), mas
proporcionalmente o Sergipe tem a maior taxa: 3,22 inscritas a cada 100 mil
habitantes. Em seguida, aparecem Tocantins (2,61), Espírito Santo (2,31) e
Distrito Federal (2,26).
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