Em vídeo publicado neste domingo (2) no Youtube, um grupo de brasileiros
que residem em Wuhan, na província chinesa de Hubei - local do epicentro
do coronavírus -
pedem ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro das Relações Exteriores
Ernesto Araújo para serem retirados do local, assim como outros cidadãos do
mundo que foram retirados por seus respectivos países de origem.
"Nós somos homens, mulheres e crianças de vários estados e regiões
do Brasil. Estudantes e trabalhadores, indivíduos e famílias de brasileiros na
China", afirma um dos brasileiros na gravação.
"No momento em que essa carta está sendo escrita, não há, entre
nós, quaisquer casos de contaminação comprovada ou até mesmo sintomas de
infecção por coronavírus", diz outro. Eles afirmam ainda que outros
países, como Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Itália e França já retiraram
seus cidadãos por via aérea e que o governo chinês está aberto para essas retiradas
e que não impedimento oficial da China para esse tipo de ação.
O governo brasileiro não comentou o vídeo. Até agora, Bolsonaro tem
descartado a possibilidade de retirar os brasileiros de lá, alegando dificuldade no
processo.
Bolsonaro lista dificuldades para trazer brasileiros
O presidente Jair
Bolsonaro listou nessa sexta-feira (31) ao menos dois entraves para trazer os
brasileiros que estão na região de Wuhan, na China - epicentro da contaminação
pelo coronavírus -
para o Brasil. Segundo ele, é preciso solucionar questões financeiras para o
envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) ao país asiático, além da
falta de uma "lei de quarentena" no Brasil para manter os
brasileiros que forem repatriados por um tempo de monitoramento.
"Temos alguns
nacionais, que estão na região de Wuhan, que querem vir para cá, e têm pedido o
nosso apoio. Obviamente, o apoio custa dinheiro, meios, e o Brasil vai ter
que se esforçar para conseguir. Começa pela própria Força Aérea. Ao longo dos
últimos 30 anos, arrebentaram com o material das Forças Armadas,
incluindo aeronaves", disse Bolsonaro a jornalistas na entrada do
Palácio do Alvorada. Segundo ele, um voo para a china custaria cerca de US$ 500
mil (aproximadamente R$ 2,1 milhões).
O outro ponto, de
acordo com o presidente, é a ausência de normas sobre quarentena no Brasil.
"Nós não temos uma lei de quarentena. Ao trazer os brasileiros para cá, e
a nossa ideia, obviamente, é colocar em local para quarentena, mas aí
qualquer decisão judicial tira de lá, e daí seria uma irresponsabilidade
retirar pessoas que vêm da China pra cá", acrescentou. O presidente se
reuniu durante a tarde com com os ministros Henrique Mandetta (Saúde),
Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos
(Secretaria Geral), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Fernando
Azevedo (Defesa) para discutir o assunto.
Segundo o ministro
Ernesto Araújo, há também um entrave diplomático para trazer os brasileiros da
região de Wuhan, que está em quarentena decretada pelo governo chinês.
"A região da China que está mais sujeita [ao vírus], está fechada para
qualquer pessoa sair. É preciso negociar com o governo chinês primeiro, para
que deixe sair os brasileiros, mas não é uma coisa óbvia e imediata
também", afirmou. Nos últimos dias, diversos países, como Austrália,
Coreia do Sul, Estados Unidos, Filipinas, Espanha, Alemanha, França, Índia
e Japão iniciaram tramites ou já retiraram seus cidadãos da China, por causa do
surto do coronavírus.
Ainda de acordo com
o presidente Jair Bolsonaro, é preciso o envolvimento do Poder Judiciário e do
Congresso Nacional na eventual decisão de enviar uma aeronave da FAB para
repatriar os brasileiros na China. Segundo ele, por exemplo, a autorização de
recurso extra teria que ser aprovada pelo Parlamento. "Então, é uma coisa
que tem que ser pensada, conversada antecipadamente com o chefe do Poder
Judiciário, conversado com o Parlamento também", disse. (Via Rádio Jornal - Jc Online)
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