O governo federal pretende ampliar o Sistema de Avaliação da Educação
Básica (Saeb) para mais séries, abranger mais componentes curriculares e
realizar as provas também no formato digital. Outra proposta é possibilitar que
o resultado da avaliação no ensino médio seja utilizado como seleção para
ingresso em universidades, a exemplo de como acontece hoje com o Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
As ideias foram apresentadas na manhã desta quinta-feira (13) pelo
presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), Alexandre Lopes. Ele participou do segundo e último dia da
reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que
aconteceu no Sheraton Reserva do Paiva Hotel, no Cabo de Santo Agostinho,
Grande Recife. O evento contou com secretários estaduais e representantes de 23
unidades da federação.
No formato atual, o Saeb é realizado a cada dois anos (sempre nos anos
ímpares), com provas censitárias na rede pública (para todos os alunos) das
turmas das 5ª e 9ª séries do ensino fundamental e dos 3º anos do ensino médio.
Os estudantes fazem testes de português e matemática. Em caráter amostral,
crianças da 2ª série do ensino fundamental também participaram da avaliação no
ano passado. Nesse mesmo ano houve, pela primeira vez, provas de ciências
humanas e ciências da natureza para adolescentes do 9º ano.
“A intenção do Ministério da Educação é implantar o Saeb no modelo
digital, a partir do 5º ano do ensino fundamental. E incluir mais componentes
curriculares. Tudo de forma gradual”, explicou o secretário de Educação de
Pernambuco e vice-presidente do Consed, Frederico Amancio. A imprensa não foi
autorizada a acompanhar a apresentação do presidente do Inep. Alexandre Lopes
tampouco deu entrevista.
Segundo Frederico Amancio, foi combinada a constituição de grupos de
trabalho do Consed com o Inep para discutir as proposições do governo federal.
“Diferente de outras áreas do MEC, que apresentam projetos já prontos, o
presidente do Inep trouxe propostas e se mostrou aberto ao diálogo e à
construção em conjunto com as secretarias de Educação. Isso é muito positivo”,
destacou Frederico.
ACESSO
O MEC quer estimular que quando o Saeb for aplicado nos três anos do
ensino médio – hoje ocorre só na última série – as universidades aproveitem o
desempenho dos alunos como critério para entrar no ensino superior. “É uma
decisão que caberá a cada universidade. Mas o MEC quer criar condições para que
a nota do Saeb também seja usada como acesso às graduações”, comentou o
secretário estadual de Educação.
“São poucos os exemplos de avaliação seriada. Temos, no Estado, na
Universidade de Pernambuco, a UPE. A Universidade de Brasília, a UNB, também
adota. Onde existe há elogios, é uma experiência positiva”, complementou
Frederico Amancio. As propostas do governo federal serão debatidas pelo Consed
em um evento marcado para os dias 5, 6 e 7 de março, em São Paulo.
No atual modelo do Saeb, os alunos dos 3º ano do ensino médio
respondem 26 questões de português e 26 de matemática. Os quesitos são
objetivos. Eles têm duas horas e meia para fazer os dois testes.
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