Produzida por um laboratório japonês e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde março, uma vacina contra a dengue está no centro de uma polêmica. Isso porque ela pode não ser utilizada pelo Governo Federal no programa de imunização da rede pública, pois, segundo o Ministério da Saúde, são necessárias análises antes de disponibilizar o imunizante pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A decisão da pasta causou polêmica e gerou críticas por parte dos opositores, que afirmam que o governo Lula estaria negligenciando a prevenção da doença. De acordo com O Globo, o governo irá priorizar uma vacina que está sendo produzida pelo Instituto Butantan desde 2009. O imunizante sequer teve a pesquisa finalizada e pode ser liberado pela Anvisa apenas em 2025.
A vacina japonesa, chamada de Qdenga, registrou eficácia de 80,2% contra a dengue de qualquer sorotipo e pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos. Sua dose pode ser adquirida por até R$ 500.
Ao O Globo, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa disse que “esperar uma vacina do Instituto Butantan pode custar vidas, principalmente dos grupos mais vulneráveis”.
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Senador se posiciona
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) cobrou em pronunciamento no Plenário na última terça-feira (4) a rápida distribuição, pelo governo, da vacina Anvisa. Para Girão, o governo federal não demonstra "nenhum interesse em incorporar a vacina ao Sistema Único de Saúde".
O problema é que o Brasil apresentou um aumento significativo de dengue no primeiro semestre de 2023. Foram quase 160 mil casos entre janeiro e fevereiro de 2023, um aumento de 46% em relação ao mesmo período de 2022. Diante disso, não se justifica, absolutamente, que o governo Lula protele a distribuição da vacina para favorecer a do Butantan, que ainda deve demorar no mínimo mais dois anos. [...] Quem vai se responsabilizar por mortes por dengue nesse período?”.
Além disso, o senador lembrou a pressão da mídia e da oposição ao governo Bolsonaro para a compra de vacinas durante a pandemia de Covid-19.
O que se espera é o mínimo de coerência deste governo, já que, em 2021, durante a CPI da Pandemia, o PT foi justamente o partido que mais cobrou aquisições da vacina a qualquer preço. Neste aspecto eu concordo: o preço de cada vida não existe, são vidas, são pessoas chorando, são famílias. Por que agora é diferente? É porque mudou o governo, porque virou situação? [...] Ainda há tempo de o governo Lula corrigir esse grave erro, diminuindo a dor e a morte de milhares de brasileiros [...] Por que dois pesos e duas medidas numa situação que se refere a vidas humanas?”.
Repercussão nas redes sociais
Nas redes sociais, bolsonaristas passaram a criticar o Governo Federal.
Veja algumas reações:
