Com a crescente disseminação do vírus oropouche no Brasil, especialmente em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) realiza, nesta quinta-feira (1º), o 1º Seminário sobre Oropouche em Pernambuco 2024, que acontece no auditório do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife.
Com apoio da Fiocruz Pernambuco e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o evento tem como objetivo debater temáticas que englobam o cenário da doença no País, o diagnóstico, o monitoramento de casos e os desafios para a saúde pública.
O seminário, das 8h às 17h30, terá três mesas de discussão e um painel de debates, com a participação do Ministério da Saúde, gestores estaduais de vigilância em saúde e a comunidade científica.
O Estado de Pernambuco tem atualmente 89 casos confirmados da febre oropouche. Até o momento, o vírus isolado foi identificado em pacientes dos municípios de: Jaqueira, Pombos, Água Preta, Moreno, Maraial, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Timbaúba, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Catende, Camaragibe, Ipojuca e Aliança.
A secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti, garante que o Estado está focado e direcionado para o enfrentamento ao vírus oropouche. "É uma condição que tem se mostrado emergente e necessita de acompanhamento. Promover este tipo de encontro, junto a diversas instituições que pesquisam e monitoram a doença, é de extrema importância para darmos os direcionamentos técnicos necessários e para termos a troca de experiências. Nossa equipe está acompanhando todas as investigações de perto."
A primeira mesa-redonda do seminário, que começa às 9h, tem como tema o cenário epidemiológico da febre oropouche nas Américas, no Brasil e em Pernambuco. A mediação será da secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
O cenário nas Américas vai ser apresentado pelo coordenador da Unidade de Emergências, Evidências e Inteligência em Saúde da Opas, Alexander Rosewell. Já a coordenadora da Vigilância em Arboviroses do Ministério da Saúde, Lívia Vinhal, falará sobre o panorama brasileiro do vírus, e a apresentação sobre Pernambuco será feita pelo secretário-executivo de Vigilância em Saúde e Atenção Primária do Estado, Bruno Ishigami.
Os desafios atuais no diagnóstico e no manejo clínico da febre oropouche serão discutidos na durante a segunda mesa-redonda do seminário, com mediação do presidente da Sociedade Pernambucana de Infectologia (SPI), Danylo Palmeira. O momento contará ainda com explanações sobre os desafios locais e operacionais para o diagnóstico laboratorial, com a diretora do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE), Keilla Paz.
A parte direcionada ao diagnóstico molecular e à análise genômica fica sob o comando do chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos da Fiocruz, Felipe Naveca. Já a preparação do serviço de assistência para enfrentamento à febre oropouche será explanada pelo coordenador de Urgências do Ministério da Saúde, Felipe Reque.
Ainda durante o seminário, o diretor-geral de Vigilância Ambiental da SES-PE, Eduardo Bezerra, mediará uma mesa-redonda com conteúdo voltado aos desafios da vigilância em saúde diante da febre oropouche, com transmissão vertical documentada.
O evento ainda traz um painel focado no estado da arte sobre a história natural da febre oropouche. O momento contará com cinco apresentações de diversos especialistas, que vão abordar a experiência acumulada sobre o perfil epidemiológico e clínico surtos de febre oropouche no Brasil (Instituto Evandro Chagas), a evolução clínica da febre oropouche no Amazonas (SES do Amazonas), o comprometimento neurológico associado à febre oropouche (Instituto Evandro Chagas), os critérios clínico-laboratoriais dos óbitos descritos na Bahia (SES da Bahia) e as implicações do comportamento biológico do vírus oropouche na patogenia da febre (Fiocruz).
Quais os sintomas da febre oropouche?
As evidências publicadas apontam que a incubação — o tempo entre o vírus entrar no organismo e o surgimento dos primeiros sintomas — varia entre quatro e oito dias. A partir daí, os sinais da doença são muito parecidos aos de outras arboviroses, como a dengue. A OMS aponta que os principais sintomas da febre oropouche são: Febre alta de início repentino; Dor de cabeça; Dor atrás dos olhos; Dureza ou dor nas juntas; Calafrios; Náusea; Vômitos.
Qual é o tratamento da febre oropouche?
Até o momento, não existe nenhum remédio específico para lidar com a febre oropouche.
Como prevenir a febre oropouche?
Não existem vacinas disponíveis para evitar a infecção pelo OROV.
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