A influência dos governadores foi um dos principais fatores nas eleições de prefeitos ao redor do país. Segundo um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), em 17 dos 26 estados, o partido do governador também venceu a maior quantidade de prefeituras.
Os únicos estados onde isso não ocorreu foram Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
O melhor resultado proporcionalmente de todos os partidos foi em Alagoas, onde o MDB venceu 63,73% das prefeituras, patamar que nunca havia sido alcançado por nenhuma sigla no estado.
A legenda é liderada localmente pelo senador Renan Calheiros e pelo ministro Renan Filho, e atua em oposição ao PP, de Arthur Lira. O vai comandar 65 prefeituras no estado, superando com larga vantagem o PP, que terá 27. Há quatro anos, em seu melhor resultado até então, o MDB havia eleito 38 prefeitos.
Em maio deste ano, um levantamento feito pelo Globo demonstrou que o partido dos governadores eleitos é fundamental também para as mudanças de legenda que acontecem durante o mandato. Um exemplo é o União Brasil que, ao lado do PT, foi a legenda com o maior número de governadores eleitos há dois anos. Dos 200 novos prefeitos que o partido tinha filiado antes das eleições deste ano, 135 saíram dos quatro estados governados pelo União.
Mesmo nos estados em que o partido do governador não terá a maioria, os melhores desempenhos também vieram desses locais. É o caso do PT: o partido não terá a maioria dos prefeitos em nenhum dos quatro estados que governa: Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Mas são nesses quatro estados onde o partido terá 61% dos seus 252 prefeitos eleitos.
Considerado um dos grandes vencedores da eleição, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) contribuiu para que o partido dobrasse seu número de prefeituras nacionalmente, indo de 213 para 435. A sigla terá 84 prefeitos no estado de São Paulo. O total é menor do que o do PSD, com 206, e do PL, com 104. Mas, em comparação com o cenário de 2020, o Republicanos de Tarcísio saiu de 23 para 84 prefeituras.
Até mesmo partidos que encontram dificuldades nacionalmente não sofreram tanto nos estados em que possuem governadores. No Rio Grande do Sul, embora o PSDB de Eduardo Leite tenha eleito 35 prefeitos, 7% do total, o resultado também foi melhor do que em 2020, quando foram 31 vitórias.
O resultado para o partido foi ainda melhor em Pernambuco: com a vitória de Raquel Lyra em 2022, o PSDB saiu de 5 prefeituras no estado para 32, o partido com o maior número de prefeitos, superando o PSB, que teve o maior número de prefeituras no estado em todas as eleições desde 2008.
No Rio de Janeiro, a influência do governador Cláudio Castro tornou o PL o maior partido do estado, com 22 prefeituras. Ou seja, um a cada quatro municípios do estado estarão nas mãos do partido. O feito é similar ao poder que o MDB teve em 2012 e 2016, por exemplo.
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