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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Tocando o terror em Salvador, facção criminosa chama atenção e Ministério da Justiça aciona forças de segurança do exterior

A atuação do Comando Vermelho na Bahia, principalmente em Salvador, já se tornou de conhecimento das forças de segurança, da imprensa e até mesmo dos moradores dos bairros periféricos. O avanço da facção criminosa tem gerado recorrentes disputas por pontos de tráfico de drogas com os rivais e também confrontos com as polícias Federal, Civil e Militar, que atuam no combate aos integrantes do grupo.

No entanto, apesar de buscar domínio da Bahia, o que preocupa mesmo as autoridades é a origem da organização criminosa, que é no Rio de Janeiro. Com isso, Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) declarou guerra ao CV e criou um grupo para concentrar os esforços policiais do estado e da União visando maior eficácia no combate.

A medida foi oficializada pelo secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, e pelo secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor César Santos. O trabalho, coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao MJSP, deve ser iniciado em 10 dias, e pretende minar a estrutura financeira da facção, mapeando o fluxo econômico do grupo, tendo como um dos focos o contrabando de armas, principalmente de fuzis, que dão um grande poder de fogo aos criminosos.

Em contato com a coluna de Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, o Ministério da Justiça informou que algumas medidas já adotadas contra o CV, como rastreamento das rotas de tráfico, serão reforçadas tendo o trabalho de inteligência como principal diferencial. Para isso, o grupo de trabalho vai reunir as forças de segurança que compõem o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e também parceiros internacionais, que ainda não tiveram os nomes revelados.

“Tem muito fuzil na mão de criminosos no Rio. Uma quantidade que não existe em nenhum lugar do Brasil. Só nesta quarta-feira [30/10], apreendemos 7 fuzis”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor César Santos. “Outro ponto que estará no foco do grupo é o combate à estrutura financeira do crime. É importante integrar mais os órgãos de investigação do estado e da União. Hoje, não há integrantes do governo federal no Cifra [Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos] e nem representantes do Rio no Ficco [Força Integrada de Combate ao Crime Organizado]. Isso vai mudar”, garantiu ao portal.

Leia na íntegra a nota do Ministério da Justiça e Segurança Pública:

“O Grupo de Trabalho criado nesta terça-feira (29) para enfrentar o crime organizado no Rio de Janeiro terá como principais focos o mapeamento do fluxo econômico das organizações criminosas e o desenvolvimento de uma rede de inteligência para enfraquecer esses grupos, tanto estrutural quanto financeiramente. Além disso, o GT buscará avançar na retomada de territórios dominados, com uma abordagem estratégica e integrada.

Considerando a realidade do Rio de Janeiro, o principal diferencial do GT é o foco robusto em ações de inteligência e não apenas de operações policiais. Ainda, a integração entre as diversas forças de segurança que compõem o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), ainda a parceria com agências internacionais.

Quanto ao número de integrantes, a equipe ainda está sendo estruturada para garantir a composição adequada de especialistas. A definição das ferramentas específicas e das entidades internacionais será delineada com a entrada oficial do GT em operação nos próximos dias, considerando tecnologias de análise de dados e outras ferramentas de rastreamento financeiro.

Por fim, as ações serão orientadas para áreas de maior controle territorial por facções, onde o impacto da presença do Estado pode provocar rupturas significativas no ciclo de violência e na economia dos grupos criminosos.”

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