O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma polêmica proposta, durante a 16ª cúpula do BRICS, que pode causar repercussões nos próximos meses: a construção de cabos submarinos de internet ignorando os Estados Unidos e conectando diretamente os países-membros do grupo (atualmente liderado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros novos integrantes parceiros).
Segundo líder do Executivo, a ideia tem como objetivo garantir a troca de dados entre as nações do bloco com maior segurança, soberania e livre de interceptações. A novidade foi anunciada em meio a um discurso sobre a importância de uma política industrial mais ativa e coordenada entre os países do Sul Global.
"Os novos desafios demandam um entendimento sobre política industrial que não restringe a ação estatal em prol do desenvolvimento", afirmou Lula. "Fazer um estudo de viabilidade para o estabelecimento de cabos submarinos ligando diretamente membros dos BRICS aumentará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de dados."
Uma mudança na internet global
O plano levanta debates sobre uma possível fragmentação da internet global. A construção de redes paralelas de infraestrutura digital pode reforçar uma divisão entre blocos geopolíticos e trazer impactos econômicos, comerciais e de governança cibernética.

Se levada adiante, a iniciativa de novos cabos submarinos pode alterar significativamente a arquitetura da internet global, criando rotas alternativas ao controle ocidental e ampliando a disputa por soberania digital no cenário internacional.
Entenda o que são os cabos submarinos
Os cabos submarinos desempenham um papel fundamental na transmissão de dados telefônicos e de internet.

Instalados sobre o relevo do fundo do mar, eles conectam estações em diferentes pontos do continente, permitindo a comunicação por meio de sinais de telecomunicações que atravessam o oceano.
O Brasil atualmente conta com 15 cabos submarinos. Caso se rompam, o país inteiro corre um grande risco de ficar com internet fora do ar ou bastante lenta.
A lista de países que formam o Brics
O Brics é um bloco formado por 11 países-membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.
Juntos, os membros permanentes respondem por 39% do PIB global, concentram 48,5% da população mundial e movimentam 23% do comércio internacional.
Além deles, participam como parceiros Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão.
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