Deputados do PSOL e bolsonaristas se uniram e protocolaram pedidos para que a Câmara derrube o decreto do governo Lula que incluiu o Bolsa Família no cálculo para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Pelo lado do PSol, o projeto para derrubar o decreto de Lula sobre o BPC foi protocolado nesta terça-feira (1º) pelas deputadas federais Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim (SP).
“Do ponto de vista jurídico, o decreto extrapola sua função regulamentar. O critério de elegibilidade do BPC está na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS, art. 20) e jamais incluiu benefícios de transferência de renda na composição da renda familiar”, argumentam as psolistas.
Já pelo lado dos bolsonaristas, os pedidos para derrubar o novo decreto de Lula partiu dos deputados federais Filipe Barros (PL-PR), Helio Lopes (PL-RJ) e Daniela Reinehr (PL-RJ).
Em suas justificativas, os bolsonaristas também apontam possíveis irregularidades jurídicas no decreto e destacam que a mudança pode atingir camadas mais pobres da população.
“O decreto, ao modificar critérios de aferição de renda, requisitos cadastrais, procedimentos de avaliação de deficiência e de vulnerabilidade sem respaldo em alteração legislativa aprovada pelo Congresso Nacional, incorre em vício de legalidade e usurpação da competência do Poder Legislativo”, diz Filipe Barros.
Entenda o decreto
No último dia 26 de junho, o governo federal emitiu um decreto atualizando as regras para concessão do BPC, benefício de um salário mínimo pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
O decreto prevê que, para ter direito ao BPC, será necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo, atualmente no valor de R$ 1.518,00.
Antes, a regra considerava apenas rendas menores que 1/4 do mínimo. A nova norma também atualiza rendimentos não computados como renda mensal.
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