Nesse ano de 2015, o Instituto Cultural Raízes, completa 14 anos de
existência e 05 anos de um trabalho efetivo, permanente, único e inovador em
Floresta no Sertão de Pernambuco.
Comemorando essa trajetória serão realizados (daqui até novembro de
2015) uma série de ações e eventos que marcarão com grande força o sucesso do
trabalho realizado.
Destacaremos a partir da presente data uma série de entrevistas e
depoimentos, destacando a história e a atuação do Instituto Raízes.
Iniciamos com uma ampla entrevista em série, com o Diretor Presidente,
Libânio Neto, onde o mesmo nos relata fatos diversos e acontecimentos que
marcam a vida do Instituto Raízes.
Primeira parte da entrevista:
Raízes da Cultura: Como
surgiu o Instituto Cultural Raízes?
Libânio Neto: O
Instituto Cultural Raízes é o resultado de um trabalho que havíamos iniciado na
zona da mata sul de Pernambuco e mais especialmente no município de Água Preta
no período de 2001 a 2005, onde realizávamos atividades com adolescentes e
jovens assentados da Reforma Agrária, estimulando a vivência cultural e cidadã.
Em 2006, iniciamos experiências no sertão até chegar a Floresta em finais de
2008 para início de 2009. Já em 2010, resolvemos transferir a sede para
Floresta, possibilitando um acompanhamento mais permanente ao trabalho já
iniciado.
Raízes da Cultura: Qual
o trabalho desenvolvido pelo Instituto em Floresta?
Libânio Neto: Iniciamos
já em 2009 com uma assessoria institucional para a implementação do sistema
municipal de cultura. Em seguida realizamos de um levantamento cultural e
depois incentivamos a realização da 1ª Semana da Consciência Negra e construímos
um documentário por ocasião do Festival Pernambuco Nação Cultural em novembro
de 2009. A partir daí concentramos nossa atuação no resgate e preservação das
tradições culturais do povo florestano, vinculado à cultura popular do sertão e
do estado.
Raízes da Cultura: Neste
período de 5 anos quais os trabalhos que mais se destacaram?
Libânio Neto: Em
primeiro lugar o trabalho que realizamos junto às comunidades quilombolas que
resultou na organização associativa dos mesmos, no reconhecimento através da
Fundação Cultural Palmares e na publicação de um livro, produção de
documentário e, criação de diversos grupos culturais como o Grupo Dandara, a
Banda de Pífano, Grupo de Dança da Mazurca, Grupo Flor do Pajeú composto de
crianças quilombolas, entre outras ações que foram desenvolvidas visando o
resgate dos elementos históricos e tradicionais e no estímulo à formação da
consciência cidadã e do entendimento sobre a identidade negra (afrobrasileira e
quilombola).
Além disto, realizamos cinco Encontros de Tradições Culturais nas
Comunidades Rurais de Floresta, onde destacamos o Forró Pé-de-Serra, a Dança do
São Gonçalo, a Capoeira, Maculelê, Caboclinho, Ciranda, Coco de Roda, Afoxé e
Maracatu, que são tradições das culturas negra e indígena, além de expressões
de nossa cultura popular.
Por fim investimentos na formação de grupos culturais compostos de
crianças, adolescentes e jovens, onde neste período criamos cinco grupos
culturais, dos quais três permanecem atuantes até hoje, que são o Grupo
Cultural Dandara, o Maracatu Afrobatuque de Floresta e o Afoxé Filhos de
N’Zambi.
É também marca de nosso trabalho a realização de oficinas de percussão,
danças, artesanato, pintura em tela, violão, capoeira, entre outras, cujo
público preferencial tem sido às crianças, adolescentes, jovens e remanescentes
quilombolas e indígenas em especial. (Por Libânio Neto/Blog do Instituto Cultural Raízes)
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