A presidente Dilma Rousseff (PT) garantiu ontem aos nove governadores do Nordeste que as obras em andamento na região não serão paralisadas. Mas deu um recado claro ao dizer que não haverá recursos para financiar novos projetos enquanto as medidas de ajuste fiscal não forem aprovadas no Congresso Nacional. Ao colocar a condição na mesa, durante uma reunião que os gestores vêm pleiteando desde janeiro, a presidente pressionou o grupo a atuar em favor da aprovação do pacote fiscal.
“Avançamos na possibilidade de financiamentos, mas as definições mais importantes vão depender da decisão final do Congresso Nacional sobre o ajuste”, declarou o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, após o encontro. A fórmula usada por Dilma teve um efeito imediato. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), declarou, logo após a audiência, que cada governador vai se reunir com deputados e senadores de seus estados para defender a aprovação das medidas de ajuste fiscal. Depois disso, cada um irá se reunir com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para apresentar suas próprias demandas.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), por sua vez, antecipou que já está marcada para o dia 15 de abril, em Brasília, uma reunião com todos os parlamentares da bancada do Nordeste. “Não somos contra o ajuste fiscal. Achamos que ele precisa ser feito. A questão é que está sendo feito tardiamente”, ponderou o socialista.
Para conversar com a presidente, os governadores condensaram as reivindicações da Carta da Paraíba, elaborada na última reunião do Fórum dos Governadores que aconteceu em janeiro, em João Pessoa. Entre as demandas apresentadas, de acordo com Paulo Câmara, os gestores pediram implementação do Sistema Único de Segurança, que unificaria as Forças Armadas e as polícias federal, militar e civil nos estados em torno de uma política única, e ações para combater e minimizar os efeitos da seca, como a continuidade das obras da transposição do Rio São Francisco. “Também falamos claramente para ela da nossa disposição de ajudar o Brasil e que, da nossa parte, vamos fazer o dever de casa”, disse o socialista. (Do Diario de Pernambuco - Rosália Rangel/Foto Magno Martins)
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