Com receio de marchas organizadas
por mulheres, o governo Jair Bolsonaro voltou a autorizar que a Força Nacional
seja acionada para realizar a segurança da Esplanada dos Ministérios e da Praça
dos Três Poderes.
A portaria foi publicada no Diário Oficial da União, assinada pelo
ministro da Justiça, Sergio Moro, e é válida para terça (13)
e quarta-feira (14). Ela foi feita por recomendação do GSI (Gabinete de
Segurança Institucional), que editou um protocolo de segurança que permite o
emprego das forças policiais para proteger o patrimônio público.
A iniciativa foi tomada em virtude de duas manifestações. Nesta terça
(13), será realizada a Marcha das Mulheres Indígenas. As participantes devem
iniciar a caminhada da Funarte (Fundação Nacional de Artes) até a Esplanada dos
Ministérios.
Na quarta (14), ocorrerá na capital federal a Marcha das Margaridas,
realizada desde 2000 por trabalhadoras rurais. Os dois movimentos reivindicam
igualdade de direitos e melhores condições de vida.
O Palácio do Planalto afirma que a autorização é "preventiva" e tem
como objetivo desencorajar eventuais episódios de violência. A partir desta
terça (13), o efetivo de segurança pode ser escalado a qualquer momento caso
seja identificado risco de depredação.
Em abril, o presidente também escalou a Força Nacional para movimento
organizado por indígenas. Em comemoração ao Dia do Índio, foi
organizado o ATL (Acampamento Terra Livre).
Antes da manifestação, Bolsonaro definiu o evento como um "encontrão de
índio" e disse que quem pagaria os custos seria o
contribuinte. A afirmação, no entanto, não era verdadeira.
As delegações de indígenas pagaram tanto a alimentação como o transporte
dos participantes do movimento. Eles também não protagonizaram nenhum episódio
de depredação. Em 2017, o então presidente Michel Temer autorizou o uso de
tropas das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios após protesto contra a
reforma previdenciária.
A iniciativa foi criticada pelo Poder Legislativo. O presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que houve excesso na iniciativa e que havia
sugerido ao emedebista o emprego da Força Nacional. (Via: Folhapress)
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