O presidente Jair Bolsonaro deve participar
nesta quarta-feira (14), da inauguração de uma escola militarizada batizada com
o seu nome em Parnaíba (PI). Ele fará a visita acompanhado do prefeito da
cidade, Francisco de Moraes Souza, o Mão Santa (MDB), primeiro governador
cassado do País por acusações de corrupção.
Durante
a viagem ao Piauí, também está prevista a participação de Bolsonaro na
inauguração de uma avenida com o nome do ex-presidente João Figueiredo, que
governou o Brasil durante a ditadura militar (1979-1985).
A
visita inclui, ainda, um sobrevoo na região das obras do projeto de agricultura
irrigada dos Tabuleiros Litorâneos. Em junho, Mão Santa esteve em Brasília para
pedir o apoio de Bolsonaro e mais recursos ao projeto.
Os
dois são aliados desde o período de pré-campanha eleitoral, em 2017, quando Mão
Santa foi cotado como vice na chapa de Bolsonaro. Na época, o então deputado
chamou a sua relação com Mão Santa de “namoro hétero”, como costuma se referir
aos principais aliados.
Esta
é a terceira vez em um mês que Bolsonaro vai ao Nordeste. Nas últimas semanas,
ele esteve em Vitória da Conquista e Sobradinho, na Bahia. As viagens ocorrem
após o presidente ter criticado o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB),
em conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, captada pelos
microfones da TV Brasil. “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do
Maranhão. Não tem que ter nada para esse cara”, afirmou o presidente, sem saber
que estava sendo gravado. A citação de “paraíba” foi interpretado como
preconceituoso por governadores da região, pois remete a uma expressão
pejorativo usado no Rio de Janeiro para se referir a nordestinos. O presidente
nega e tem afirmado que citou os dois governadores: da Paraíba e do Maranhão.
A
escola erguida pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) foi alvo de críticas de
oposicionistas no Piauí por ser batizada com o nome de uma autoridade viva. O
nome será Escola Presidente Jair Messias Bolsonaro, segundo a assessoria de
imprensa do Sesc no Piauí. Ao Estadão/Broadcast, a assessoria também confirmou
a ida de Bolsonaro à inauguração.
De
acordo com a Lei 6.454, de 24 de outubro de 1977, “é proibido, em todo o
território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer
natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da Administração
indireta”.
Em
entrevista, o presidente do conselho regional do Sesc-PI, Valdeci Cavalcante,
defende que a instituição, assim como a Fecomércio (Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo), faz parte do setor privado, portanto não se
enquadraria na regra. “Como pessoa do direito privado, pode homenagear qualquer
pessoa”, justificou Cavalcante.
A
assessoria de imprensa de Bolsonaro não detalhou oficialmente qual será a
agenda da viagem do presidente.
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