O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que se tornou alvo de críticas na web e de alunos da instituição por fazer posts considerados homofóbicos no Facebook, disse ao G1, nesta terça-feira (14), que se aborrece com homossexuais que têm “comportamento histérico”.
“Esse tipo, ele aborrece qualquer um, dá desmaio, estraga festa, todo mundo se aborrece. Se, por exemplo, um machão se envolve em uma confusão, chamam logo a polícia. Se for um homossexual, chamam um psicólogo. Por que não chamam a polícia também?”, questionou. Apesar das declarações, o docente de engenharia de pesca Ademir Ferraz, 62 anos, negou ser homofóbico e acrescentou estar sendo alvo de uma briga política. Durante a entrevista, também afirmou estar “superarrependido” e pediu desculpas “a todos os segmentos de tendências sexuais”. “Não tive a intenção de ferir ninguém”, ressaltou.
Funcionário da UFRPE há 33 anos, Ferraz ainda afirmou estar sendo alvo de uma perseguição motivada por uma briga política envolvendo a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe). Nos últimos dias, ele fez comentários em sua página pessoal no Facebook dizendo que tem “ódio de homo galinha” e comparando gays a homens que batem em mulheres e políticos corruptos.
“O termo deu margem para que os caras me pegassem. Eles querem a saída do advogado da Adufepe e eu sou contrário. Também fiz críticas ao DCE [Diretório Central dos Estudantes] porque os alunos de zootecnia estão em greve e eles não fizeram nada. Não há nada de homofobia. Isso iria acontecer com qualquer outra situação. Eu disse o que alguns homossexuais famosos já disseram, que ficavam indignados com homossexual espalhafatoso. Se o cara disser que um branco é safado, não dá em nada. Agora, se você disser que um negro é safado, imagine o problema”, comentou.
Ao G1, Ademir Ferraz relatou que decidiu fazer o primeiro post polêmico no Facebook após presenciar um acidente de trânsito, ocorrido há cerca de 15 dias em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Um dos motoristas, segundo o professor, quis tirar proveito da situação por ser homossexual. “Houve uma discussão e uma briga. O cara, então, se jogou no chão e disse que estava sendo vítima de homofobia. Por que foi que ele se jogou no chão? Porque ele sabe que o homossexual é altamente protegido. Quis se aproveitar da situação. O homossexual deveria se comportar como todo ser humano, conforme as regras da sociedade”, argumentou.
Ao longo da carreira, o docente disse que já chefiou diversos departamentos, entre eles o de Física e o de Matemática e nunca enfrentou situação semelhante. “Já fui diretor de departamento com mais de 10 mil alunos matriculados. Tenho vários colegas homossexuais, inclusive na universidade. Não existe nada. Estão criando um factoide. Acredito que me expressei mal. E, para desfazer esse mal entendido, chamei para um debate na próxima sexta, mas não toparam. Claro que estou superarrependido. Não tenho sangue de barata. Teve gente que chegou a dizer que eu não valia nada. Eu já pedi desculpas, eu peço perdão, eu vou de joelhos daqui para Garanhuns para acabar com isso. Se eu pudesse voltar atrás, voltaria”, desabafou.( Do G1 )
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