Crimes de proximidade, que acontecem dentro dos lares, são mais comuns do que se pode imaginar. As vítimas são principalmente mulheres, crianças e idosos, que na maioria das vezes são mais vulneráveis. As causas são as mais diversas, as razões são as mais banais possíveis: drogas, bebidas alcoólicas, ciúmes, mas principalmente incompreensões e falta de respeito aos entes queridos. O pior é que na maioria das vezes a vergonha chega junto com a violência, e as pessoas atingidas preferem não procurar a polícia, decidem não registrar nenhuma denúncia. E com a impunidade a tendência é o problema se agravar.
Só neste domingo (30) em Petrolina houve registros de pelo menos três casos de violência doméstica, com dois deles atingindo mulheres, pelos próprios maridos, que covardemente se utilizam da força, da violência como forma de mostrar superioridade. Obviamente que há mulheres também violentas que partem para cima dos esposos forçando-os muitas vezes a reagir, mas quase sempre é o próprio homem que age pela força que tem.
O primeiro deles foi na rua Casa Nova, no bairro Jardim Maravilha. A polícia foi chamada após o marido atingir a esposa com uma faca peixeira depois de uma briga causada pelo desaparecimento de apenas R$ 10,00. Na ocasião a esposa foi quem tomou a iniciativa de partir para a violência, se armou com uma faca peixeira e partiu par cima do marido que conseguiu desarmá-la e acabou por atingi-la nas proximidades da virilha e das pernas, sendo as lesões de classificação leve. Ambos foram apresentados na delegacia onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante contra o marido.
O segundo registro foi nos Carneiros, próximo ao presídio Dr. Edvaldo Gomes. A polícia foi chamada e quando chegou ao local encontrou a vítima com um corte superficial causado por um facão. Segundo a mesma, ela foi agredida pelo seu companheiro que a levou para um local deserto e lhe desferiu socos e pontapés, além de ferir o seu dedo com um facão. O marido acusado foi localizado pela polícia com arma do crime na cintura e foi conduzido para a delegacia, onde foi autuado em flagrante delito.
O terceiro caso foi registrado na rua 18 do bairro São Gonçalo. A polícia foi chamada diante da informação de que um usuário de drogas teria agredido os sobrinhos menores de idade e quebrado a porta da casa de sua própria irmã. Diante da situação, todos os envolvidos foram encaminhados à delegacia e o acusado foi autuado em flagrante delito.
Esses foram os casos que chegaram ao conhecimento das autoridades policiais. Infelizmente muitas vezes as mulheres atingidas pela violência preferem omitir a informação de mal tratos, seja por vergonha, seja por conveniência, por temor de se exporem, ou talvez por de certa forma se acomodarem. Sempre chegam aos ouvidos de todos nós situações em que a mulher vitimada segue ao alcance do agressor e os casos não apenas se repetem como também se tornam mais graves.
Não se pode esquecer que existe uma legislação específica para este tipo de crime, a conhecida lei Maria da Penha, que trata de forma mais dura contra os agressores. Não se pode calar, é preciso denunciar. Basta de violência doméstica. (Francisco Evangelista)
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