A bancada de oposição ao Governo
do Estado na Assembleia Legislativa considera legítimas as reivindicações feitas
pelos trabalhadores em educação na rede estadual e concorda que o Projeto de
Lei que reajusta o piso salarial dos professores do Estado – enviado à
Assembleia nesta última quinta-feira (12) pelo governador Paulo Câmara – é incompleto.
O projeto reajusta em 13,01% apenas o salário dos professores com nível médio,
concedendo índice menor (0,89%) para os docentes de nível superior.
O Sindicato dos Trabalhadores
em Educação da rede estadual (Sintepe) decretou nesta última sexta-feira (13) estado
de greve. O Sintepe cobra do governo estadual a aplicação dos 13,01% para toda
a categoria e a apresentação de uma planilha da aplicação dos 100% de reajuste
no salário dos docentes nos próximos quatro anos, como prometido pelo
governador Paulo Câmara na campanha eleitoral de 2014.
“O índice de 13,01% não
atendeu à categoria de maneira igualitária. Os professores com nível superior,
que representam 90% dos profissionais da rede, tiveram reajuste de 0,89%. Esta
distorção precisa ser corrigida. Eles querem achatar o Plano de Cargos e
Carreira”, protesta a deputada estadual Teresa Leitão (PT), defensora histórica
da categoria no Estado.
Já o líder da Bancada da
Oposição, Silvio Costa Filho (PTB), alerta que para dobrar o salário dos
professores em quatro anos, conforme prometeu, o governo Paulo Câmara deveria,
no mínimo, acenar com um reajuste de 19% já agora em 2015, segundo estimativa
do Sintepe. “O governo precisa mostrar que esta não foi uma promessa apenas de
fundo eleitoreiro e que de fato os professores serão contemplados”.
Além de defender que o governo
de Pernambuco implemente o piso salarial para todos os profissionais, a exemplo
do que ocorre em outros Estados, Silvio Costa Filho chama a atenção também para
a necessidade de mais investimentos na melhoria da infraestrutura das escolas.
“Há escolas espalhadas por todo o Estado sem as condições físicas adequadas
para receber alunos e professores”, pontua.
Na próxima quarta-feira (18),
a Assembleia Legislativa de Pernambuco promove uma audiência pública para
discutir a questão salarial dos professores. Na mesma data, às 16h, ocorrerá
uma nova negociação com o governo do estado. No dia 23 de março
(segunda-feira), será realizada uma assembleia geral, onde os professores podem
decretar greve.
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