Desde que a decisão do Supremo de
tirar a "exclusividade" de Sérgio Moro sobre a investigação dos casos
de corrupção surgidos a partir da Lava Jato já era possível notar. E, agora,
com os sinais de que o PMDB pode voltar à base do Governo e a divulgação das
contas de Eduardo Cunha, o "senhor do impeachment" na Câmara, torna-se
evidente que vai surgir um pipocar de "denúncias" contra Lula.
Como
num jogo de xadrez, onde a perda de peças faz mirar quase que exclusivamente no
Rei os movimentos, a oposição – quem quiser se esqueça da frase da
ex-presidente da Associação de Jornais, Judith Brito, sobre quem era a oposição
no Brasil – segue o roteiro de evitar que: a) os fatos desmontem a capacidade
de Eduardo Cunha de criar a "crise do impeachment" com a votação –
mesmo transversa, através do famoso "recurso de plenário" – dos
pedidos de impedimento da Presidenta da República e b) a construção de uma
situação mínima de viabilidade política do Governo que reabilite suas condições
de administrar, mesmo sem brilho, e não arraste para o fundo as possibilidades
de Lula candidatar-se em 2018.
Para
isso, tudo vale. Desde atribuir "crime" ao que é absolutamente
legítimo, a atuação do ex-presidente em favor da projeção internacional de
empresas brasileiras no exterior até histórias estrambóticas envolvendo "o
filho do Lula", embora variando de filho, desta vez...
(Sobre
o assunto, leia o ótimo "O estupro diário do
jornalismo", publicado agora há pouco pelo Luís Nassif).
Este
e o caminho principal, paralelo a um "recapeamento" da "via de
esquerda" da candidatura Marina Silva, esburacada pelo apoio a Aécio Neves
ano passado, com a ajuda do vício udenista de parte do PT que não entende – ou
não liga – para o fato de que, antes de tudo, está em questão a luta para que
não se restabeleça a hegemonia conservadora que sempre marcou o Brasil.
Fora,
é claro, a insatisfação com a perda de "boquinhas" – seja pelas
dificuldades econômicas, seja pela necessidade de ceder espaços – que deixa
"bolada" muita gente de baixos teores ideológicos. (Via: Fernando Brito, do Tijolaço)
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