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Ministério da Saúde divulgou os resultados do Levantamento Rápido de Índices
para Aedes aegypti (LIRAa). O estudo indica que 199 municípios brasileiros em
situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Isso significa que
mais de 4% das casas visitadas nestas cidades continham larvas do mosquito.
Os dados foram divulgados pelo ministro da Saúde, Marcelo
Castro, em Brasília. Além do levantamento, também foram divulgados a campanha
de combate ao mosquito, o balanço da dengue e chikungunya, além da investigação
dos casos de microcefalia.
Em Pernambuco lidera a lista de situação de risco os municípios
de Afogados da Ingazeira (4,1), Arcoverde (7,1), Betânia (8,4), Bom Conselho
(5,5), Brejinho (4,9), Brejo da Madre de Deus (7,7), Calumbi (4,3), Camaragibe
(6,6), Camocim de São Félix (4,3), Carnaubeira da Penha (4), Caruaru, (4,9),
Casinhas (4,2), Condado (5,1), Feira Nova (11,4), Flores (8,9), Floresta (6,3),
Garanhuns (7,5), Granito (4,5), Iati (7), Ibimirim (5,9), Iguaraci (4),
Ingazeira (4,5), Itaquitinga (4,8), Jataúba (6,5), João Alfredo (17,9), Jucati
(11,5), Lagoa do Carro (7,5), Limoeiro (6,7), Nazaré da Mata (6,9), Pedra
(10,2), Pesqueira (5,5), Petrolândia (4,9), Salgadinho (6,7), Saloá (4,2),
Santa Cruz (11,8), Santa Cruz da Baixa Verde (7,7), Santa Cruz do Capibaribe
(9,3), São Bento do Una (8,9), São João (9,4), São Joaquim do Monte (6,3), São
José do Egito (10,8), São Lourenço da Mata (4,7), Serra Talhada (5,9),
Moreilândia (4,8), Surubim (11,9), Taquaritinga do Norte (5), Terezinha (12,1),
Aliança (4,6), Araripina (10,4), Tracunhaém (4,6) e Tuparetama (10,9).
Durante a apresentação dos dados, o ministro da saúde destacou
que a principal preocupação, neste momento, é informar a população, com
esclarecimentos sobre como prevenir novos casos. “Nós temos uma situação
potencializada, com um problema de grande dimensão. Para enfrentar esta
situação, precisamos de uma ação conjunta dos governos federal, estadual e
municipal, além de especialistas. A sociedade também deve estar envolvida neste
processo, ficando atenta às medidas para combater o Aedes aegypti que,
agora, passa a ser uma ameaça ainda maior”, destacou o ministro.
Marcelo Castro informou que o Ministério da Saúde acompanha as
novas iniciativas de combate à dengue e ao mosquito Aedes aegypti que estão
sendo desenvolvidas no País. Citou, como exemplo, o uso de mosquito
transgênico, que é infectado com bactéria, além das vacinas contra a dengue.
“São iniciativas novas que devem ser estudadas antes de serem disponibilizadas
à população. No momento, devemos atacar, de maneira efetiva, o mosquito da
dengue. Não podemos perder o foco. Essa é uma luta em que, sozinhos, não
seremos vitoriosos, portanto precisamos da participação de toda a sociedade
brasileira”, reforçou o ministro.
Sobre o levantamento: Realizado em outubro e novembro, o LIRA a teve adesão recorde
para este período do ano, com 1.792 cidades participantes, um aumento de 22,4%
se comparado ao número de municípios em 2014. A pesquisa é um instrumento
fundamental para o controle do Aedes aegypti. Com
base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão
concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito
onde as larvas foram encontradas.
Além das cidades em situação de risco, o LIRA a identificou 665
municípios em alerta, com 1% a 3,9% dos imóveis com focos do mosquito, e 928
com índices satisfatórios, com menos de 1% das residências com larvas do
mosquito em recipientes com água parada. O levantamento identificou a presença
do mosquito Aedes albopictus, que pode também transmitir a chikungunya, em 262 municípios.
Entre as 18 capitais que o Ministério da Saúde recebeu
informações sobre o LIRA a, apenas Rio Branco está em situação de risco. São
sete as capitais em alerta (Aracaju, Recife, São Luís, Rio de Janeiro, Cuiabá,
Belém e Porto Velho) e dez com índices satisfatórios (Boa Vista, Palmas,
Fortaleza, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Campo
Grande e Curitiba). As cidades de Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador,
Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre não encaminharam os resultados.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde,
Antônio Nardi, explicou que o mapeamento é um retrato da situação das áreas
endêmicas em cada município e deve ser usado para desencadear ações de combate
ao mosquito. “O estudo pode orientar as ações de controle de infestação do
mosquito Aedes aegypti.” Segundo o secretário, a ideia é que todo sábado seja Dia D,
de combate ao mosquito à dengue. “Queremos colocar na consciência da população
que todos nós somos responsáveis nesta luta”, afirmou Nardi.
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