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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Governo Federal atrasa pagamento de livros didáticos a editoras

Sem dinheiro em caixa, o MEC (Ministério da Educação) está atrasando o pagamento a editoras pela compra de livros didáticos de ensinos médio e fundamental. Segundo as editoras, há o risco de a autointitulada Pátria Educadora, slogan escolhido pelo governo Dilma Rousseff para o segundo mandato da petista, não conseguir entregar parte dos livros no ano que vem. O governo descarta a hipótese, mas não comenta os atrasos.

A Folha apurou que as empresas trabalham com uma dívida na casa dos R$ 600 milhões, valor que inclui despesas de remessa por Correios e programas de distribuição de livros para a rede pública. Levantamento feito no sistema de acompanhamento de gastos federais mostra que os livros entregues até outubro somavam uma despesa de R$ 545,8 milhões. Disso, o MEC pagou apenas R$ 106,4 milhões, num descompasso sem precedente recente.

Não há especificação a qual programa esses valores se referem, mas o valor bate com o que empresários do setor trabalham sobre a rubrica de livros de ensino médio. Editores que preferem não se identificar por temer represálias em um mercado regulado, descrevem dificuldades. Há, dizem eles, dívidas pendentes com gráficas, e a falta de capacidade de obter empréstimos bancários, devido à falta de garantias financeiras, ameaça o fechamento da folha de pagamento neste fim de ano.

O MEC diz que o dinheiro para a compra de livros "está empenhado" -em jargão burocrático, previsto no Orçamento, o que não garante sua execução, em especial em tempos de ajuste fiscal. Neste ano, o governo encomendou 120,8 milhões de livros para 2016, entre exemplares para os anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio. Mas ainda faltam ser entregues 20,5 milhões dos 47 milhões de livros para as séries entre o 1º e o 5º ano.

 "Há risco real de não haver entrega completa de livros para o próximo ano letivo. Várias editoras já pediram postergação [do prazo para a entrega] ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, ligado ao MEC)", disse o vice-presidente da Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares), Mario Ghio.

A entidade representa 19 editoras de didáticos de ensino básico, ou 95% dos livros do programa federal. Responsável pela seleção e compra dos livros no governo, o FNDE nega risco de atraso e diz que o processo ocorre "dentro da normalidade".

A crise, de todo modo, é generalizada. Na rubrica de pagamentos de livros do ensino médio, gigantes como a FTD e a Moderna tinham a receber até outubro, respectivamente, 58% e 70% dos pouco mais de R$ 40 milhões que o governo devia a cada uma delas. Casas menores estavam em situação até pior: o governo deve 86% dos R$ 9 milhões que a Global deveria receber do FNDE no mesmo quesito. A Abigraf Nacional (Associação da Indústria Gráfica) disse que o assunto não está sendo acompanhado.

OUTRO LADOO governo diz que a liberação de recursos para a compra de livros ocorre "dentro da normalidade", mas não comenta o baixo nível de pagamentos registrado no ano. Descarta que possa haver falta de livros no ano que vem. Por meio de nota, o FNDE informou que "empenhou os recursos" para a compra de material didático para a rede pública - o dinheiro foi previsto e reservado no Orçamento, mas não que foi pago.

NormalidadeNeste ano, o volume de livros chegou a 120,8 milhões, entre obras para os anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio. Desse total, 20,5 milhões ainda não foram entregues. Sobre o atraso na entrega dos livros, o FNDE disse que o processo ocorre em etapas. "A primeira e a segunda ocorreram normalmente. A terceira está em andamento", disse. O fundo diz ainda que a entrega ocorre "dentro da normalidade". (Via: Folha de S.Paulo)

Blog: O Povo com a Notícia