Central de Regulação do SAMU em Serra Talhada, mas pode chamar de “elefante branco”
Não há outra palavra para
classificar a falta de gestão e solução para uma questão que tem deixado sem um
importante serviço milhares de cidadãos no Pajeú: o SAMU – Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência saiu da categoria de promessa e expectativa e
entrou no time dos elefantes brancos da inoperância de gestões no Pajeú e mais
cidades (são 35 ao todo), Estado e União . E o pior: sem resolutividade nem
previsão, ambulâncias novas, modernas e equipadas para salvar vidas no Pajeú
estão enferrujando em pátios de prefeituras cidades afora.
O Ministério da Saúde enviou o
equipamento há meses, mas para que as ambulâncias e equipes começassem a
atender a população era necessária a construção em Serra Talhada da Central de
Regulação, um centro de controle por onde passam as chamadas de emergência
encaminhadas para as respectivas unidades na região. Na prática, o cidadão
aciona o serviço por telefone, a ligação é atendida na central e a ocorrência
encaminhada para a equipe mais próxima que vai ao local. Em março de 2014, 22
ambulâncias chegaram a Serra Talhada para atender a região. Continuam paradas.
Depois de muitas datas
anunciadas (o equipamento era para estar funcionando desde 2012), a unidade foi
entregue dia 22 de dezembro de 2014. Mas o que representava um alento para a
população da região, virou a formalização de um elefante branco. Entregue, a
sede do SAMU não funciona. Já se passaram quase treze meses e de lá pra
cá, o funcionamento do serviço deu lugar a um jogo de empurra entre o prefeito
Luciano Duque, outros prefeitos da região e sem um pronunciamento oficial de
Estado e União.
Prefeitos acusaram a
Prefeitura de Serra Talhada de não adquirir o equipamento de rádio para
operacionalizar as chamadas. Já o governo de Serra Talhada diz que há
pendências com parte dos municípios envolvidos e não adianta jogar culpa na
gestão local.
Ambulâncias entregues em agosto de 2014: Em Lugar de pacientes, descaso e depreciação de equipamentos caríssimos. |
Em agosto, depois de serem
responsabilizados pela Secretaria de Saúde de Serra Talhada pelo serviço ainda
não está operando na região devido a contrapartidas dos mesmos (por
supostamente não terem equipado com sistemas de rádio suas unidades locais), o
prefeito de Tuparetama, Dêva Pessoa, o Secretário de Saúde de Tabira, Allan
Dias e da Diretora da Geres, Mary Delânea, condenaram a afirmação e cobraram
ação na implantação do serviço. Mas a cobrança foi uma exceção a regra.
Mas o nó é mais embaixo: o prefeito
de Serra Talhada já admitiu que tem receio de colocar o serviço em
funcionamento e ser vítima de calote do Estado e União, pois a gestão é
tripartite. Outro problema, talvez o que tem feito com que gestores de todas as
cidades não se envolvam como deveriam na questão, é o receio de pôr o serviço
para andar mas depois não horar devidamente compromissos com equipe médica e
manutenção dos equipamentos.
Por isso, todos os gestores
das demais 34 cidades, o Cimpajeú e Amupe são tímidos ou omissos quando tratam
do tema. Prefeitos com voz que poderiam ser mais incisivos pela liderança a
frente das entidades como José Patriota, Dêva Pessoa e todos os demais não tem
colocado o tema na pauta das prioridades.
O Ministério Público entrou na
jogada. O tema é tratado nas reuniões da entidades com os prefeitos e
Secretários de Saúde, mas ainda não houve solução, talvez precisando ser
acelerada por uma Ação Civil Pública. Estado e União não se pronunciam sobre a
questão.
O resultado, como sempre, quem
paga é a população: ambulâncias que poderiam estar salvando vidas
paradas e uma Central de Regulação que não regula nada. Um retrato da
inoperância, irresponsabilidade na implementação das políticas públicas e
descaso com a saúde de 35 cidades sertanejas. (Via: Blog do Nill Júnior)
Blog: O Povo com a Notícia