Os
casos de dengue em Pernambuco mais do que triplicaram em sete dias. Na primeira
semana epidemiológica do ano, o Estado registrou 923 casos suspeitos da doença.
Uma semana depois, são 3.100 notificações, com 243 casos confirmados, segundo a
Secretaria Estadual de Saúde, um aumento de 235,86% em sete dias. O cenário de
ascensão da chicungunya é igualmente preocupante: só este ano, já há registro
de 701 pessoas que adoeceram com sintomas da doença em 69 municípios. Há uma
semana, eram 255 casos suspeitos. O universo de pessoas que relatam sinais de
zika também aumentou: saiu de 200 notificações na primeira semana e quase
triplicou em sete dias, chegando a 564 casos suspeitos.
Somados todos os registros, já são 4.365 notificações de pessoas
que adoeceram com sintomas de arboviroses (doenças transmitidas pelo mosquito)
este ano em Pernambuco. Os números em elevação, num curto período de tempo,
reforçam que a tríplice epidemia não tem dado trégua, mesmo com o
fortalecimento das medidas de combate ao mosquito. A situação se torna cada vez
mais crítica e exige mobilização dos governantes e de todos os cidadãos.
Por trás das estatísticas de dengue, não restam dúvidas de que
os casos possam ser, na realidade, de alguma das outras duas doenças transmitidas
pelo Aedes. “Os sintomas entre elas são bem semelhantes. Dentro das
notificações de dengue, pode haver casos de zika”, reconhece a gerente de
Vigilância de Riscos Ambientais da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Rosilene
Hans, que tem monitorado a penetração da chicungunya em municípios que, até
então, não relatavam crescimento de casos. “É a doença predominante em
Pesqueira, Caruaru, Sanharó e Brejo da Madre de Deus.” As cidades relatadas por
ela são no Agreste, onde a chicungunya eclodiu no Estado há quatro meses,
iniciando por Iati e Águas Belas. “Em Pesqueira, fortalecemos as ações com
carros de fumacê para diminuir a quantidade de mosquitos. Vamos usá-los em
Caruaru, se não verificarmos redução dos casos.”
CHICUNGUNYA: Membro do Comitê Técnico de Arboviroses do Ministério da Saúde,
o médico Carlos Brito tem sustentado a proposição de que chicungunya
predominará na tríplice epidemia deste ano. “Em segundo lugar, virá zika, que
acometeu parte da população no ano passado e, por isso, menos pessoas estão
agora suscetíveis ao vírus. A percepção dos médicos, em geral, é que os
sintomas de chicungunya têm predominado. A queixa é de dor articular intensa e
incapacitante por tempo prolongado. Cerca de 95% dos pacientes picados pelo
mosquito com o vírus desenvolvem sintomas, diferentemente da dengue, cujo
percentual é de 30%”, frisa. (Via: JC)
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