Não é
de hoje que a fragilidade do sistema prisional pernambucano está na berlinda.
Enquanto dezenas de presos detectam as fraquezas dos confinamentos e planejam,
com êxito, fugas como as que aconteceram na última quarta-feira (20) na Barreto
Campelo, em Itamaracá, e neste sábado (23), no Complexo do Curado, na Zone
Oeste do Recife, uma promessa parece estar parada no tempo: o presídio de
Itaquitinga, na Zona da Mata Norte.
Por falar em tempo, voltemos há exatamente um ano. 23 de
janeiro de 2015: o governador do Estado, Paulo Câmara, prometeu, mais uma vez,
finalizar o presídio que poderia reduzir os conflitos no sistema
prisional.
Além disso, o chefe do executivo estadual ainda assegurou
que iria concluir as unidades de Tacaimbó, no Agreste, e Araçoiaba, na
Região Metropolitana, que vão oferecer 700 e 3 mil vagas,
respectivamente. Até novembro do ano passado, o presídio de Tacaimbó
apresentava 90% das obras concluídas. O de Araçoiaba teria prazo de dois anos.
“Outras medidas já estão sendo tomadas. Medidas que
buscam, justamente, ajudar o Judiciário nessa questão da análise dos processos,
com a contratação de advogados e com a indicação de defensores públicos”,
explicou Câmara na ocasião, lembrando que a unidade de Araçoiaba seria entregue
até o fim do ano passado, o que não ocorreu.
Voltando um pouco menos no tempo e estacionando em outubro
do ano passado, é possível lembrar de mais uma promessa do governador. Após
a situação dos presídios pernambucanos ter sido classificada pela Human
Rights Watch (HRW) como calamitosa, ele anunciou um presídio de segurança
máxima no Estado. Uma promessa vaga, sem data para sair do papel e nem a
cidade escolhida para receber a unidade.
“Vamos buscar recursos para fazer uma unidade que possa receber
presos de alta periculosidade. Não é um projeto barato. Estamos buscando verba
federal, mas a gente tem que atuar no sentido de que se não houver essa verba a
gente vai realizar. Agora não tenho condições nenhuma de iniciar uma obra desse
porte, mas espero ter condição ainda no nosso governo”, declarou na época.
Enquanto as promessas se acumulam, detentos explodem muros. Em
entrevista a um Blog, o líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa
de Pernambuco (Alepe), deputado Silvio Costa Filho (PDT), lamentou os episódios
e o posicionamento da gestão Paulo Câmara. “São cenas do próximo capítulo. Há
um ano, a Bancada vem relatando a situação precária de colapso que está vivendo
o sistema prisional de Pernambuco. Indicadores apontam que o Estado está entre
os três piores sistemas prisionais do Brasil”, disse.
“O que se observa é que muitos dos compromissos assumidos pelo
governo do PSB não foram entregues à população, a exemplo da PPP de
Itaquitinga. Essa obra já está com mais de dois anos de atraso e, até agora, o
Governo não apresentou como vai resolver a situação”, disparou o deputado. (Via: Blog do Jamildo)
Blog: O Povo com a Notícia